Aquele momento em que te agarras à tua ideia de ti que está no passado, sem compreenderes ainda a amplitude da inevitável mudança que estás a abraçar e que receias viver.
Todo o comportamento deriva de uma representação interna de ti, e das coisas que te rodeiam. É o mesmo que dizer que o teu comportamento resulta dos teus estados emocionais, estados esses com origem no teu mundo, na tua representação interna do mundo. Ou seja, tu comportas-te de acordo com aquilo em que acreditas, no mais profundo ser de ti.
Se alterares agora uma crença apenas, imagina as possibilidades… Na nossa sociedade damos habitualmente um peso desmesuradamente negativo aos erros. Por norma, criticamos os erros, e criamos uma ideia de que errar é... lá está... errado.
Mas a evolução demonstra-nos que errar faz parte da aprendizagem fundamental à nossa evolução. Errar é crescer. Perder o equilíbrio é aprender a andar. E para isso, por vezes, temos mesmo de cair ao chão. E cair ao chão é, também, uma aprendizagem. Enfim... errar é humano. E é humano porque nos torna naquilo que somos de melhor. Errar é a forma que temos de encontrar alternativas, percursos inesperados e absolutamente fantásticos, que nos torna resilientes, fortes e competentes. Que nos ajuda a descobrir algo além da lógica, além do que estava previsto, além daquilo que inicialmente tínhamos a capacidade de vislumbrar. Errar ajuda-nos também a quebrar tabus e preconceitos e seguir noutra direcção de novas experiências e descobertas, em todas as áreas das nossas vidas, pessoais e profissionais. Sem erros, a vida não seria tão bela. A vida não seria tão incrível. A vida não seria tão fantástica... tão absolutamente improvável. Os erros, afinal, são um dos pilares da nossa evolução. E às vezes dói. Por vezes, custa. E se os olharmos com curiosidade, podem tornar-se nas melhores e mais profundas aprendizagens das nossa vidas. São os erros que criam a nossa... a tua magia! É um hábito, uma forma talvez inocente de nos referirmos a algo, talvez até sem a intenção do real significado do verbo. Contudo, aquilo que normalmente se afirma após o término de um ciclo é precisamente o oposto ao significado do verbo - perda!
Referimo-nos constantemente àquilo que cremos possuir, que é nosso, que nos pertence como se fosse um objecto, uma propriedade registada ou algo conquistado por direito. "´E meu!" E usamos e avisamos desse sentimento de posse às mais variadas situações e contextos:
As nenhuma destas coisas é, de facto, nossa. Relacionamo-nos com elas de alguma forma. De formas menos ou mais intensas. De formas menos ou mais emocionais. De formas menos ou mais apegadas. São... as nossas relações. Mas as coisas em si, as pessoas e outros seres vivos, não são nossos. Nunca foram e nunca serão. São, elas próprias, também donas de um relacionamento connosco, que pode durar pouco ou muito tempo, seja lá o que isso for. Talvez, nesta perspectiva, nunca possamos perder nada, já que não se pode perder aquilo que nunca tivemos. Talvez a relação mude. Talvez a forma como nos sentimos mude. Talvez as relações se direccionem noutros sentidos. E isso até pode ser bom... mudar, avançar, crescer e ganhar espaço para novas experiências e relacionamentos. Quando nos libertamos desse sentido de posse... posse muitas vezes inconsciente e noutras nem por isso... talvez nos sintamos mais livres de desfrutar aquilo que se desenvolve à nossa frente. Talvez o medo da ilusória futura perda desvaneça. Talvez o medo do certo e errado deixem de fazer sentido. Porque a única coisa que existe é esta relação agora, com esta pessoa, com este objecto, com esta abstração de coisa, seja um país, uma religião, um clube, uma flor. Nessa liberdade, talvez nos possamos lançar numa verdadeira exploração da beleza desse relacionamento. Desfrutar tal como é, sem medos do que possa vir a ser. E agora, neste momento de absoluta vivência do que é, guardar cada pedacinho desta espantosa panóplia de sentimentos na coleção de experiências vividas. Talvez, e esta é a proposta, seja preferível viver a relação a cada momento, em vez de nos tornarmos donos dela. Ser dono de alguma coisa dá muito trabalho, e parece ser um desperdício de energia. Mas experiênciar essa coisa é só... vivê-la ao longo da sua metamorfose, criando espaço para mais experiências com energia e vitalidade, permitindo a sua natural evolução e transformação.. E talvez possas sentir gratidão por todos os momentos experienciados... durem o tempo que durarem. |
Sobre este blog...Arquivo de textos, ideias ou sugestões, sobre tudo e sobre nada, e que poderão ser usados e comentados. Sobre mim?Pode consultar um resumo do meu percurso aqui, ou questionar-me sobre algo em específico através de um dos meus contactos.
Arquivo
Dezembro 2018
Categorias
Todos
|