Não é o estado do tempo que determina o meu estado emocional. Aliás, sentir estas diferenças - agora frio, depois calor - proporciona-me experiências diferentes, acesso a sensações e estados do corpo físico distintos, melhora o meu sistema imunológico, ajuda-me a apreciar a beleza de cada estado, cada momento, e faz-me sentir vivo.
Viver cada experiência como é, tal como é, é de uma sensibilidade, abertura e curiosidade extraordinárias. E as descobertas podem ser incríveis, simples e eternas. E vale mesmo a pena. E o mesmo posso afirmar em relação a (quase) todas as restantes experiências (sabendo que algumas dispenso experienciar! [risos]) O significado que atribuo a um dia nublado pode ser tão rico, dinâmico e enérgico como aquele que atribuo a um dia de sol. E acima das nuvens está um belo esplendor de luz. As diferentes tonalidades de cinza são igualmente fantásticas. A sensação húmida do ar, os diferentes aromas da terra molhada, a frescura das gotas de chuva a escorrer pela cara, as poças de água que com a idade nos esquecemos de pular e desfrutar, os reflexos 5, o arco-íris que se forma no horizonte, a verdura que desponta e cresce, a vida que pulsa a cada gota, cada riacho, cada rio, cada onda do mar. E isso é único, poderoso e absolutamente maravilhoso. Aliás... "Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem. Cada um é como é." (Poema de Alberto Caeiro, Fernando Pessoa).