Novas perspectivas propiciam novas soluções.
Novas soluções conduzem a novos resultados.
Novos resultados promovem...
Tu percebes a ideia!
Mudar de contexto oferece a possibilidade de novas perspectivas.
Novas perspectivas propiciam novas soluções. Novas soluções conduzem a novos resultados. Novos resultados promovem... Tu percebes a ideia! As histórias que contas servem-te de que forma? Por norma, contamos histórias. É uma das formas mais interessantes e cativantes para passar conhecimento, estimular a motivação nalguma direcção, simplesmente entreter ou criar uma forte ligação com alguém. As histórias envolvem, geram emoções, por vezes fortes, e transportam-nos numa viagem mais além. As histórias são... apenas histórias. São um meio de se conseguir algo. Não o fim em si. E são um excelente meio para se concretizarem objetivos. As histórias que usas para os teus objectivos podem ser... como dizer? Poderosas! Vou ainda mais longe... se o sistema de educação recorresse mais a esta espectacular ferramenta teríamos, certamente, alunos mais empenhados e com níveis mais elevados de aprendizagem. Não são necessários testes nem experiências adicionais... basta lembrarmo-nos dos docentes que mais nos inspiraram e nos ensinaram ao longo da nossa história pessoal para vermos que, muito do que faziam, era contar histórias adaptadas às temáticas que tinham para nos ensinar. Adiante... histórias? Sim, histórias! Ou não fossemos tão ávidos a consumir livros de romances, peças de teatro, filmes e séries de TV. Aliás, os melhores documentários contam... isso mesmo - histórias! E são tão educativos, não são? As histórias descrevem as nossas tradições, fortalecem a nossa cultura, passam ensinamentos fundamentais. As histórias são o nosso meio de comunicação por excelência. Repara como comunicas e como comunicam contigo - histórias! E assim, as histórias regem a nossa estrutura de pensamento, influenciam as nossas emoções e geram comportamentos. Sim, não estou a exagerar. É através das histórias que criamos a nossa realidade, cena após cena. É através das histórias que palmilhamos cada pedaço do nosso caminho. Mas então... se as histórias têm um poder assim tão grande, não será útil termos atenção às histórias que contamos? Pois é isso mesmo! Voltamos assim ao inicio deste texto... As histórias que contas servem-te de que forma? As histórias não são a realidade, são interpretações da realidade. É uma ferramenta fantástica para perceber e passar algo. Mas cuidado com o que passas. Esse algo pode ser benéfico - como por exemplo ajudar-te a ter consciência de algo - ou prejudicial - enterrar-te num poço fundo e escuro. As histórias que contas, e aqui pretendo incidir-me principalmente nas histórias que contas de ti para ti, definem a forma como te vais sentir e aquilo que vais fazer a seguir, E a forma como contas a tua história, pequena ou grande, simples ou complexa, faz toda a diferença. Por exemplo... História #1: "Hoje foi um dia particularmente mau! Comecei logo o dia com graves problemas para resolver, e então tomei a decisão de fazer aquela tarefa porque estava em stress e depois correu tudo mal. Foi desastroso. Para acabar bem o dia, ainda tive de ouvir o chefe, e reparei que vários colegas troçaram de mim. E tudo aquilo aconteceu porque sou mesmo incompetente. Como é possível ter feito aquilo que fiz? Já devia saber melhor. Que tristeza. Fico sempre em stress quando tenho problemas graves e depois só faço asneiras. E sinto-me mal por isso." História #2: "Hoje foi um dia particularmente desafiante. Comecei logo o dia com enormes desafios para me superar, e então tomei a decisão de fazer aquela tarefa e estava mesmo confiante de que iria resultar. E afinal não foi a melhor decisão. Foi uma aprendizagem brutal. Para acabar bem o dia, ainda estive a partilhar a experiência com o chefe, de quem absorvi algumas orientações bastante úteis para o dia de amanhã, e reparei que vários colegas sentiram curiosidade sobre o processo.. Acho que posso mesmo contribuir para que eles também aprendam com a minha experiência e aprendizagens. É uma equipa muito fixe! Apesar da situação não ter ficado resolvida, sei agora como não fazer na próxima vez, e estou mesmo curioso em descobrir outras formas de lidar com aqueles desafios. Como será que amanhã vou superar aqueles desafios?" Repara que as histórias são apenas uma interpretação do que aconteceu. A sério! Duas pessoas perante o mesmo evento podem contar, literalmente, histórias opostas. Aquilo em que colocamos o nosso foco é determinante. Os filtros que utilizamos a cada momento para interpretarmos os contextos - foco, crenças, experiências passadas, expectativas, estados emocionais, etc. - são essenciais na construção do que contas a ti e aos outros. E isso, por sua vez, alimenta a tua história seguinte.
A minha experiência de mais de 2 décadas de trabalho, e quase 5 décadas de vida, indicam-me com segurança que, no caso da história #1, o dia seguinte será algo cinzento e pouco produtivo, e estou a ser optimista em relação a esta previsão. A mesma experiência diz-me que, no caso da história #2, o dia seguinte será enérgico e mais produtivo. E é óbvio que estou simplesmente a alucinar, e que cada caso é um caso. Mas mais importante do que saber se o dia seguinte será menos ou mais produtivo, é ter a convicção de que, no caso da história #2, a probabilidade de se estar inundado por emoções positivas, como por exemplo bem estar geral, curiosidade pela experiência e aprendizagem, motivação e alegria, estímulo positivo pela concretização pessoal ou profissional, diria até que um certo estado de felicidade, é largamente superior. A capacidade que temos de agir de forma assertiva e nos sentirmos bem com nós próprios e com aquilo que fazemos depende grandemente das histórias que contamos. Sim, as histórias oferecem-nos a possibilidade de criarmos uma realidade fantástica à nossa volta. Não se trata de camuflar o que está menos bem, nem de deixar de reparar no que fizemos mal, seja qual for o critério que se esteja a utilizar para se fazer essa avaliação, mas para criarmos um contexto de auto-confiança, capacidade de agir, aprender com o que fazemos, observarmos os processos e seguir em frente, fazendo diferente ou simplesmente melhor. As histórias servem para nos ajudarmos a sermos melhores hoje do que fomos ontem. Servem para nos ajudar a criar laços e a gerar motivação na direcção do que pretendemos fazer e concretizar. As historias servem para tornarmos os nossos dias absolutamente incríveis, diria até que mágicos e cheios de cor. As histórias têm o poder de transformar a nossa apatia em energia, a nossa indiferença em interesse, a nossa impotência em ação, a nossa incredulidade em curiosidade pelo que pode estar do outro lado, as impossibilidades em novas possibilidades. As histórias são uma ferramenta incrível . Usa-a bem, e sem moderação! Ao longo das minhas diversas experiências profissionais, tenho tido a oportunidade de lidar com diferentes realidades e áreas de negócio. Nessas experiências fui chefiado e liderado, e também chefiei e liderei.
Uma das grandes aprendizagens que fiz ao longo deste percurso foi o grande benefício do desenvolvimento de equipas até ao ponto da minha "inutilidade". Inutilidade?!? Mas como é isso? É muito simples... Observei situações em que os chefes guardavam para si as chaves do sucesso, os segredos do negócio, e mantinham equipas eficazes mas pouco eficientes. O resultado era equipas que produziam segundo as direcções do chefe, mas que na sua ausência ficavam perdidos e sem saber o que fazer. Eram dependentes, pouco criativos e normalmente incapazes de lidarem com novos desafios. A longo prazo, os impactos negativos na organização faziam-se notar, e lentamente se tornava uma organização de pessoas minúsculas, cujo valor acrescentado era nulo e o peso enorme. O chefe, esse, era o herói, pois sem ele nada se fazia. Observei também situações e que os líderes partilhavam conhecimento, entregavam, pouco a pouco, as chaves do sucesso, os segredos do negócio, e mantinham equipas motivadas que, por sua vez, produziam com eficiência e eficácia. Isto não é assim tão linear, pois existiam também experiências, que podiam resultar em desfechos indesejados. Mas o reverso desses pequenos passos atrás são equipas com conhecimento, experiência, e capazes de lidar com novos desafios, pois crescem à medida que desenvolvem os seus recursos, as suas competências - tornam-se líderes deles próprios. Os impactos positivos na organização fazem-se notar a médio/longo prazo, pelo seu valor acrescentado e capacidade de ação rápida sobre os diferentes contextos. São equipas normalmente auto-confiantes, com atitude positiva e focada nos objectivos, com elevado desempenho e vontade de dar mais um passo em frente. O líder torna-se uma referência importante na equipa, e a sua participação no dia-a-dia verifica-se necessária apenas em situações muito pontuais. Desta forma, pode-se dedicar a outras áreas do desenvolvimento da organização sem que o nível de desempenho da equipa sofra com isso. E é aqui que se começam a desenhar novas estratégias e a optimização dos processos internos. A organização torna-se, assim, uma organização de gigantes. Estas duas observações, baseadas nas diferentes equipas que observei em várias organizações como na minha experiência pessoal com chefes que tive e líderes que me lideraram, levou-me a desenvolver os elementos das equipas que eu geria, habitualmente com perguntas... o que também foi uma aprendizagem interessante. As perguntas devem ser cuidadas e bem colocadas. Perguntas chatas aborrecem, e eu fiz muitas. Perguntas negativas afastam. Perguntas despropositadas desnorteiam. As perguntas devem ser certeiras no sentido de ajudar e incentivar a equipa a criar as suas próprias respostas aos eventos, às diferentes situações, desenvolvendo a sua capacidade de criatividade e tomada de decisão. Os resultados, por vezes podem não ir ao encontro do desejável, e é preciso estar-se ciente das situações em que estejamos dispostos a "perder". Mas essa "perda" é temporária e tem um propósito muito significativo - a aprendizagem com o erro é uma das maiores que podemos ter, se nos derem espaço para isso e nos guiarem nesse processo de aprendizagem. Acompanhar a equipa ao longo deste processo de tentativa-erro com positivismo e observação atenta aos processos é fundamental, de forma a capitalizar essas experiências em pessoas mais capazes e confiantes, conscientes das suas acções. Na minha experiência, a minha participação nas decisões da equipa nos mais diversos contextos foi-se tornando uma mera formalidade, e a minha "inutilidade" permitiu-me tempo disponível para desenvolver novos processos úteis à organização, e ter férias bem mais descansadas. E estes dois factores foram determinantes no sucesso da equipa, nos resultados para a organização e também no meu sucesso profissional, As equipas com que tive a oportunidade de trabalhar eram compostas por autênticos gigantes! E isto tenho a agradecer aos excelentes exemplos de liderança que fui encontrando pelo caminho. Há uma palavra do calão que resume grande parte do que se passa neste video. Essa palavra tem 5 letras, começa por "m" e termina em "a" - pronuncia-se mi-ú-fa! O video está excelente pela forma como demonstra os diferentes sentimentos que as pessoas experimentam quando confrontadas por algo aparentemente desafiante e que nunca antes fizeram. Nenhuma destas pessoas alguma vez tinha saltado para a água e uma altura de 10 metros de altura. 67 pessoas foram convidadas a experimentar, tendo sido pagas para isso, participando assim num estudo documentário sobre a superação de desafios. 70% acabaram por saltar. A pressão social (as outras pessoas lá em baixo à espera), as suas expectativas, a sua vontade, a imagem que têm de si, a imagem que pensam que os outros têm de si, todo um vasto conjunto de factores a influenciar uma ação que se resume a: "Salto, ou não salto?" Por volta de 2010 ou 2011 fiz uma experiência de Coastering perto de Sesimbra. O mar era gelado, apesar da época primaveril. Nessa experiência, fomos confrontados com mergulhos e escaladas por forma a completarmos um percurso previamente definido pela organização. Foi divertido e recomendo vivamente. Num dado momento houve a oportunidade de saltar de uma pequena base a meio de uma grande escarpa (uma pequena rocha pontiaguda, saliente na escarpa). Essa base situava-se a cerca de 12 metros de altura do nível da água. Os mais corajosos escalaram e saltaram lá de cima, com visível ânimo e facilidade. Afinal, não era assim tão alto. Então decidi aliar-me a esse pequeno grupo de corajosos. Escalei e cheguei ao topo. Daquele pedaço de rocha que mal servia para mim, vislumbrei o mar azul turquesa lá em baixo. A boiar estavam alguns dos outros participantes do grupo de Coastering. Naquele instante tive um acesso de miúfa! A altura era enorme, as pessoas pareciam formigas, o mar parecia uma base sólida na qual facilmente me poderia esborrachar. Saltar estava fora de questão, descer pelo sitio que subi não era tarefa fácil, e mais meia dúzia de novos corajosos seguiram atrás de mim. Bonito! Estava feito à carne picada! Esta história real, tal como o video, é metafórica. É metafórica porque representa tantas situações nas nossas vidas pessoais e profissionais. Tantas encruzilhadas, tantos desafios, tanto desconhecido por desvendar. Frequentemente deparamo-nos com situações partidas - parte de mim quer uma coisa, parte de mim quer outra. Parte de mim quer aventura e parte de mim quer segurança. Parte de mim quer reconhecimento e parte de mim quer simplesmente fazer parte de um grupo maior que eu próprio. Parte de mim quer avançar com a carreira, seja por onde for, e parte de mim quer ficar com a família e amigos. Parte de mim quer ficar em Portugal e parte de mim quer experimentar o mundo. Há tantas situações em que nos sentimos divididos, e a tomada de decisão parece ser impossível. Se escolhemos uma coisa, perdemos a outra. E quando finalmente tomamos uma decisão, emerge a dúvida de como seria se tivéssemos tomado o outro caminho. E depois há o rol de acusações quando alguma coisa corre menos bem - "Se tivesses ido pelo outro caminho, nada disto tinha acontecido!" O mesmo se passou quando subi àquela ínfima base a 12 metros de altura (segundo me informaram , que não tinha nada que confirmasse os 12 metros). Naquele momento, olhei para baixo e senti a tal miúfa. E muita! Parte de mim estava determinada em saltar, e parte de mim estava determinada em manter a segurança. Parte de mim queria uma experiência nova, e parte de mim queria salvaguardar a integridade física e emocional da minha pessoa. Parte de mim queria mostrar que é capaz, e parte de mim queria simplesmente mostrar que coragem também pode ser dar um passo atrás. Estas aparentes divisões são o paradoxo do nosso dia-a-dia. Queremos coisas diferentes quando, no fundo, todas as partes querem a mesma coisa - manter-nos vivos, sãos e activos. Então, como fazer? Naquele caso, estive alguns minutos em conversa com as partes. A parte que queria experimentar acusava a outra de frouxa e xóninhas. A parte que queria segurança acusava a outra de louca e irresponsável. A experiência acusava a segurança de medricas, e a segurança dizia à experiência que, para experiência nova e diferente, bastava fazer um gelado de lentilhas, perguntando se por acaso se lembrava do filme "Mar Adentro". Eu estava li no meio, nem saltava, nem descia, e começava a ser um empecilho para todos os restantes que queriam saltar a seguir a mim. Por fim, fizeram-se as pazes. A parte que queria a experiência percebeu que a outra só queria o seu bem estar - manter a sua segurança e longevidade. E a parte que seria a segurança percebeu que a experiência só queria novidade - aprender coisas novas e sair da rotina. Ambas tinham a ganhar se juntassem esforços. Foi então que a segurança observou o espaço à sua volta e delineou um salto que garantisse o melhor resultado (profundidade percebida de cada zona e o melhor local para cair na água, melhor postura durante o salto, acções a desenvolver em caso de alguma coisa correr menos bem, rochas salientes a evitar, etc.). A experiência responsabilizou-se por assegurar o cumprimento do plano, assim como registar todas as sensações para que no futuro a segurança pudesse estar ainda melhor acautelada, e assim ambas aprenderem e evoluírem com o desafio. O salto foi concretizado com um abraço da experiência à segurança, para que se sentisse tranquila, e um sorriso e entrega da segurança, para que a experiência se sentisse acompanhada. Eu, pessoalmente, achei o salto bastante fácil. Chegado cá abaixo, depois do mergulho e subida à superfície, o meu primeiro pensamento foi "Então... afinal é só isto?!?" Ri-me daquele debate entre as partes, e segui em frente para os desafios seguintes, agora mais confiante. As nossas decisões não precisam ser partidas. Todas as nossas partes têm uma intenção positiva. E é no encontro dessas intenções positivas que podemos seguir em frente com serenidade e isenção de esforço. Não é que as coisas passem a ser fáceis. Elas passam a ser mais naturais, E se alguma coisa correr menos bem, não há partes a apontar ao dedo com afirmações do tipo "Eu bem te disse!". O que acontece é que as partes se unem na resolução de quaisquer obstáculos que surjam no caminho, satisfazendo todas as intenções positivas da melhor forma. Isto significa novas descobertas, aprendizagens e crescimento. E a isto se chama de evolução! Integrar partes que aparentam querer coisas diferentes pode ser uma experiência reveladora, e simultaneamente libertadora. Video obtido aqui, por Maximilien Van Aertryck e Axel Danielson.
"Our objective in making this film was something of a psychology experiment: We sought to capture people facing a difficult situation, to make a portrait of humans in doubt. We’ve all seen actors playing doubt in fiction films, but we have few true images of the feeling in documentaries. To make them, we decided to put people in a situation powerful enough not to need any classic narrative framework. A high dive seemed like the perfect scenario." A menos que sejas do tipo super-herói... sabes, daqueles que só existem na banda desenhada e nos filmes de ficção... a melhor forma de ultrapassares uma parede não é ires contra ela... é compreenderes a sua estrutura e trabalhares nessa mesma estrutura.
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Sobre este blog...Arquivo de textos, ideias ou sugestões, sobre tudo e sobre nada, e que poderão ser usados e comentados. Sobre mim?Pode consultar um resumo do meu percurso aqui, ou questionar-me sobre algo em específico através de um dos meus contactos.
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