Por mais importantes que sejam outras pessoas na tua vida, isso tem única e exclusivamente a ver contigo, e não com elas.
Experimenta considerar os seguintes pressupostos, e observa como isso pode alterar de forma positiva os teus relacionamentos:
- "Os outros (ou os eventos) não são o centro nem a origem da minha felicidade. São parte das minhas experiências de vida, a partir das quais posso gerar a minha felicidade."
- "A minha felicidade pode ser potenciada pelas pessoas que considero importantes na minha vida (ou pelos eventos que sucedem à minha volta), e isso depende essencialmente da forma como me permito relacionar com elas, independentemente das crenças e escolhas de vida de cada um."
- "Quando aceito o outro pelo que é (ou os eventos pelo que são), sem julgamento, abro espaço para a livre partilha e espontaneidade, assim como maior operabilidade, o que pode contribuir para a minha sensação de felicidade."
Por vezes, e muito naturalmente, surgem questões como expectativas, crenças julgadas universais, necessidades emocionais, experiências passadas e, também, sentimentos de ligação extremamente fortes, que podem toldar a forma como nos relacionamos (com os outros e/ou com os eventos).
Da mesma forma, sentimentos como insuficiência, medo, dependência emocional, controlo, culpa, vergonha ou raiva estão muitas vezes na origem de bloqueios à livre expressão nos relacionamentos (com os outros ou com eventos externos).
Tudo isto gera tensão e, consequentemente, ruído no relacionamento. Com o passar do tempo, se mantidas, geram-se frustrações e expectativas defraudadas. A falta de comunicação aberta gera ideias falsas e/ou erróneas, e o acumular do que devia ser e não é conduz a um maior afastamento e mal estar. As acusações de parte a parte sucedem-se, o apontar do dedo acusatório, e nenhuma delas observa o que realmente está na base da (in)felicidade. Nesses momentos não há real ligação... há afastamento. E é comum, nesses momentos, colocar-se a "culpa" da infelicidade no outro. No momento em que isso acontece, ocorrem duas coisas pouco eficientes, e talvez até injustas:
- Colocar no outro uma responsabilidade enorme - a da tua felicidade!
- Gerar no outro sentimentos de culpa pela tua infelicidade.
Nenhuma destas situações irá gerar, alguma vez, um relacionamento saudável. Nem a possibilidade de eficazmente actuares sobre os contextos que te possam ser desagradáveis.
Mas se ao invés disso:
- assumires a responsabilidade pela tua felicidade, independentemente dos outros, e
- deres esse exemplo pela forma como te relacionas livremente e sem julgamentos,
E é nesse momento que os relacionamentos florescem e se fortalecem, livres de imposições e obrigações, de deveres e haveres. É quando a aceitação e o amor incondicional se vivem na prática que os benefícios mais se evidenciam.
Nalgumas situações, talvez pareça ser muito desafiante. Afinal, será desejável que a outra parte faça algo de semelhante. Mas o exemplo pode vir de algum lado... . e talvez comece por ti.
O que é verdadeiramente importante na tua felicidade?