os problemas
que colocamos nos outros
são,
de facto,
nossos...
A primavera chegara. O céu mostrava-se num azul cada vez mais azul. Os prados enchiam-se de verde mais verde e as primeiras cores da primavera começavam a despontar. Ao longe, avistavam-se as ultimas nuvens de inverno, agora brancas como algodão doce, a despedirem-se alegres do paraíso que terminaram de banhar, dando lugar ao sol e à multiplicidade de cores vivas que lhes seguiam todos os anos. Os pássaros voavam e cantavam de contentes. Os insectos passeavam alegres.
Os abelhudos iniciavam a sua atarefada e feliz época de colecta do pólen e produção de mel. O abelhudo e a sua abelhuda predilecta. A abelhuda e o seu abelhudo predilecto. Assim era todos os anos. Uma época colorida, repleta de vida, alegria e cheia de aromas doces e agradáveis. Porém, algumas nuvens desentenderam-se com o tempo, baralharam-se com o sol e carregaram-se de um cinza escuro mal humorado. Encheram-se de toda a água do mar e dos rios e dos lagos. Ganharam peso e força, e teimaram em ficar. O sol, descontente com a rebeldia dessas nuvens e sem as conseguir demover, pediu ao vento que o ajudasse a correr com elas. Afinal, não era o tempo das nuvens, mas sim o tempo do sol e das cores da primavera. O vento aceitou o desafio e soprou e soprou e soprou com todas as forças que tinha. Mas as nuvens não arredavam pé, e para se fazerem valer e mostrarem a a sua determinação, lançaram raios de luz incandescentes e assombrosos estrondos ensurdecedores. O vento, não dando parte fraca, sopra tão forte que as árvores se arrancaram do chão, as ervas se colaram ao chão e as pedras rebolaram pelos campos. O sol esforça-se por aquecer as nuvens e dissipar a sua água, mas nada parece resultar. Os campos murcham, as cores vivas esvaem-se deixando tons mortos e escuros, e todo o horizonte parece cinzento e desolador, sem qualquer graça. Por mais que o sol diga às nuvens que o seu tempo é no outono e inverno e que esse tempo voltará em breve, que há um tempo certo para todos e que existe um equilíbrio nas quatro estações do ano, as nuvens não se deixam convencer, e aclamam para si todas as estações do ano, todos os tons de cinza e negro, todo o direito aos estrondos, raios e escuridão. E para reforçar a sua determinação, soltam mais estrondos, mais raios incandescentes e adensam a sua presença, bloqueando cada vez mais qualquer claridade que o sol lançasse aos campos que já deixaram de florir. As nuvens não percebiam que para existirem também precisavam de dar lugar ao sol e às cores e aos animais. Pois é com base nesse equilíbrio das nuvens escuras e pesadas cheias de chuva, e do sol colorido e alegre, que faz com que todo o sistema funcione bem, por mais tempo e se torne mais forte. O abelhudo olhava desolado e sem compreender o que se passava. Dando as mãos à abelhuda, protegiam-se os dois debaixo de uma espessa folha de uma árvore, agarrando-se com firmeza a um tronco que resistia ao vento. Olhando os seus corpos, parecia que até as suas faixas amarelas se tornavam cinzentas e desprovidas de vida. Todos os pássaros fugiram e todos os insectos retornaram aos seus casulos. Os abelhudos decidiram não arriscar voar até à sua casa, e esconderam-se num buraco que encontraram na árvore, na expectativa de se protegerem dos ventos fortes, arrasadores, e da ira das nuvens. O vento sopra mais forte, o sol aquece mais alto e as nuvens, determinadas, desmancham-se num dilúvio. Os campos ficam alagados, as terras movem-se com as correntes e apenas se salvam os cumes dos montes. É então que o sol se lembra que se tinha esquecido de lançar o arco-íris da primavera, com o esplendor de todas as suas cores. E assim, o sol lança o arco-íris. Esse arco-íris, na presença das carregadas nuvens, forma a mais bela e atraente paleta de cores jamais vista. E as nuvens, vendo o arco-íris que com elas se produziu, ficam hipnotizadas pela sua beleza. As nuvens rendem-se à beleza do arco-íris de que elas próprias faziam parte, e afastam-se contentes em direcção ao horizonte. Os primeiros raios de sol despontam sobre os campos e o vento acalma as suas investidas. As nuvens, aos poucos, desaparecem. As águas escorreram para o mar, levando consigo algumas árvores e pedras pelo caminho, e deixando atrás de si as marcas da batalha do tempo fora do seu tempo. Primeiro um, depois mais alguns, vão aparecendo os pássaros e os insectos. O abelhudo e a abelhuda espreitam lá fora e sorriem perante o que os espera. O céu voltara a ser azul, os campos começavam a verdejar, e as primeiras cores a despontar. Em pouco tempo, os prados estavam repletos de um fundo verde vivo, muito bonito, pintado de todas as cores do arco-íris, que se deixou cair como um manto sobre os campos. Os abelhudos iniciam assim a sua colecta de pólen e produção do tão delicioso mel. Ambos sorriem com o sol, com o verde colorido, as flores a dançar e os pássaros a cantar. O tempo voltara a ter o seu lugar certo. E mais tarde apareceria o verão, depois o outono e, por fim, voltariam as nuvens carregadas de cinzento para o inverno, mas desta vez no seu tempo certo, como sempre, e para que todo o sistema viva em equilíbrio e se torne cada vez mais forte. Agora, é tempo de viver todas as cores do universo. ~ Sérgio Rito, 28 de Dezembro de 2013 (baseado num sonho de 26 para 27 de Dezembro) Por vezes escrevo. Um texto num dia. Outro texto uns meses depois. Outras vezes escrevo com frequência. Não escrevo todos os dias, mas bem podia fazê-lo. Parece que me sinto mais inspirado em dois estados bem distintos. Ou na depressão, não extrema, ou na paixão. Mas é claramente a depressão que mais facilmente me leva a pegar na esferográfica e no papel, mesmo que rasgado do tampo de uma mesa de restaurante num apressado almoço de semana. Agora é mais com recurso ao teclado virtual do telemóvel. Tão virtual como parecem ser cada vez mais as nossas vidas. Mas estava eu aqui a pensar que escrevo para expor as minhas ideias, os meus sentimentos, as minhas queixas, histórias e desejos. Por vezes, as minhas paixões. E é bom escrever. Uma das vantagens é o desabafo. Sabe bem desabafar. Deitar cá para fora. É certo que ninguém responde. Mas num desabafo, isso é somenos importante. E no final, se precisares de um abraço ou uma palavra amiga, contacta aquela pessoa que tu sabes. Assim ela não perde tempo e centra-se no essencial - dar-te apoio. Outra vantagem é a retrospectiva. E neste caso quero salientar dois tempos: o imediato e o longo prazo. No imediato consegue-se, muitas vezes, uma nova perspectiva. Uma outra forma de olhar que magicamente confere clareza. E nessa clareza surgem novas ideias, abordagens e possibilidades. É um processo interessante. Recordo-me agora de um momento em que me encontrava desesperado. O coração batia a mil, a respiração estava curta e rápida, e só pensava num limitado leque de negros cenários, num desfecho que avaliei como terrível. Pior, é que estava prestes a estar acompanhado por alguém com quem não queria, de todo, partilhar aquele desespero. E na aparente impotência de alterar o estado, de encontrar cenários alternativos, escrevi rapidamente a quatro amigos especiais. Assim que conclui o longo texto com o que estava a passar e a sentir, decidi reler. Afinal estava num estado alterado e a velocidade com que escrevi dava aso a erros e mensagens ininteligiveis. Ao reler, cheguei ao fim com um "E??!?..." O insight foi incrível. Não havia problema. Tudo se conciliou perfeitamente. O problema foi demasiado foco num único desfecho hipotético ao ponto de não ver mais nada. A respiração acalmou e tornou-se mais profunda. O ritmo cardíaco voltou ao normal. O sorriso voltou. E tudo ficou bem. Apaguei a longa mensagem e escrevi apenas "Obrigado por estarem aí." Fazer uma retrospectiva requer uma análise, e uma análise requer algum distanciamento. É este distanciamento que permite novas abordagens, por proporcionar uma alargada observação de um todo. E é nestas novas abordagens que se encontram novas possibilidades. A retrospectiva no tempo tem também vantagens. Observar as nossas ideias e sentimentos ao longo do tempo ajuda-nos de várias formas. Pode ser no reencontro com as nossas intenções, os nossos sonhos e vontades. Pode ser na perspectiva da nossa evolução pessoal. Pode ser na consistência de certos valores. Pode ser na observação de que já ultrapassamos tantas situações nas nossas vidas, que esta é apenas mais uma a acrescentar força, experiência e conhecimento, mesmo que possa não parecer nalgum momento em particular. A retrospectiva ajuda-nos também no nosso reconhecimento, na conexão connosco e na observação dos processos que podemos manter, melhorar ou alterar. E por vezes, é também extremamente divertido. Escrever... em cadernos físicos ou digitais, privados ou públicos, é uma forma de contactar-nos com a nossa essência. Por vezes é quase como meditar, só que fica registado para memória futura. Para as retrospectivas da vida. Para a nossa própria evolução pessoal. O que escreves agora? "Tudo é um exemplo de algo."
~ Pedro Vieira É interessante observar as pessoas que se focam nos problemas versus aquelas que se foram nas soluções. O tipo de argumentos e posturas são muito distintas, e assim o são também os respectivos resultados. Por norma, as primeiras bloqueiam, sabotam, queixam-se, apontam o dedo, esperam, desanimam, revoltam-se, deprimem, desistem, esbracejam... e permanecem. Regra geral sentem-se desiludidos com a vida em geral. O segundo grupo (e isto de criar apenas dois grupos é muito redutor e generalista) tende a obter melhores resultados, a sentir-se melhor com a vida em geral. São pessoas que se focam nas soluções, naquilo que está ao seu alcance, no que podem fazer em relação aos seus desafios e no que desenvolver de seguida. Podem nem sempre obter os resultados que desejam, mas caminham nessa direcção, e isso traz-lhes satisfação pessoal. Nestes últimos dias tenho tido, mais uma vez, um contacto com estes distintos grupos em contextos de formação, e o rendimento de cada grupo, os respectivos estados emocionais, os resultados que promovem, são radicalmente diferentes, com clara vantagem para o segundo grupo aqui descrito. E é interessante observar que aquilo que sentem e fazem se reflete directamente na sua atitude e respectivos resultados nas formações em que se encontram. Tudo é um exemplo de algo! E tu... em que grupo te colocas na maior parte do teu tempo? Qual o teu foco? Eu? Pessoalmente já me encontrei mais no primeiro que no segundo. Hoje, a história é já muito diferente... e é uma viagem extraordinária! Qual vai ser o teu próximo passo? As certezas que pensas ter são muitas vezes apenas histórinhas na tua cabeça.
Na minha também! Sabes aquele comportamento que achas que não devias fazer (porque te faz mal, porque achas que é errado ou outro motivo qualquer) e ainda assim... o fazes?
Se te recriminas por isso, se sentes algum tipo de culpa, podes relaxar agora. És normal. És perfidamente normal. Está tudo bem! O teu sistema é perfeito tal como é e sabe exactamente o que é bom para ti. Por vezes, escolhe expedientes que podem ser prejudiciais nalgumas áreas, sabendo que te trazem algum tipo de benefício noutras áreas. A parte boa é que, agora que estás consciente disso e que sentes que esse comportamento te trás algumas vantagens, por obscuras que por vezes possam parecer, podes agora ir ao encontro de comportamentos alternativos que te proporcionam os mesmos benefícios e sejam mais ecológicos para ti. Sabes como? A opinião é um bónus!
O conselho de um amigo, amiga, daquela pessoa especial, daquela pessoa experiente, pode ajudar a encontrar novas perspectivas. Essa opinião, esse conselho, pode até ajudar a evitar erros, desvios, tropeços no caminho. É um bónus naqueles momentos vazios, em que parece terem-se esgotado todas as possibilidades. A opinião é... sobrevalorizada! O conselho de um amigo, amiga, daquela pessoa especial, daquela pessoa experiente, reflete a sua própria experiência e perspectiva das coisas, não a tua. O conselho reflete o que lhe aconteceu, não necessariamente o que te vai acontecer. Ouve com atenção. Considera. Pondera. Agradece! E no fim, decide por ti! A opinião é uma opinião. Por norma, é-nos oferecida com muito boas intenções. Por vezes vem envolta de carinho, amor e protecção. E continua a ser uma opinião. A opinião, por bem intencionada que seja, pode limitar. Pode limitar a possibilidade de experimentar e descobrir. Pode dizer "Eu sei mais que tu, por isso segue este caminho que te indico, pois tu não sabes ainda o suficiente". Pode limitar a capacidade criativa na experiência pessoal, na auto-descoberta e responsabilidade pessoal, e até no sentimento de auto-estima. É um presente que deve ser entregue com cuidado, no momento certo e de forma certa. Que bom que temos opiniões. Que bom podermos dar e receber opiniões. Que bom podermos reflectir um pouco de nós nos outros e receber um pouco dos outros em nós.. Que bom que temos a liberdade de seguir opiniões... ou não... e está tudo bem!
O motivo pelo qual fazes o que fazes nem sempre é óbvio.
Muitas vezes, escondido numa motivação superficial (e normalmente óbvia e evidente), esconde-se o verdadeiro motivo que determina o teu comportamento. Por vezes aquilo que parece ser, é apenas uma máscara de algo mais inconsciente. Talvez possas, agora, observar o teu comportamento com uma curiosidade mais... conscientemente inconsciente. Quando alguém te apresenta um problema, o "problema" não é o problema.
Se te envolveres na história podem acontecer, de uma forma geral, duas coisas: - distancias-te ao afirmares que o problema não é um problema, apresentando contra-exemplos pessoais (ou comparações com outros contextos), ou - acedes ao problema imergindo no suposto problema. Em qualquer destas situações a contribuição para o outro sair do problema é relativamente baixo., ainda que possível. No primeiro caso a outra pessoa tenderá a sentir-me mal por achar que tem um problema, dados os contra-exemplos ou comparações com situações bem mais desafiantes. No segundo caso sente-se acompanhada, mas continua sem vislumbrar saídas, e podem ir ambos beber uns copos e afogar as mágoas. Há uma terceira hipótese - com compaixão, ajudar a pessoa a lidar com o "problema", que não é a história que conta, e sim a forma como lida com o contexto onde se encontra o suposto problema. Parece que, afinal, nada é um problema. Apenas a forma como lidamos com as coisas determinam se as coisas são problemas, ou oportunidades. A dor pode ser real agora.
O sofrimento, por outro lado, já parece depender de uma construção mental assente na memória de um passado ou na ansiedade de um futuro alucinado. Vejamos... de que formas se pode sofrer sem passado nem futuro? Então... esquecemos? Deixamos de criar cenários futuros? Esquecer retira-nos a capacidade de aprender e evoluir. Deixar de criar futuros possíveis retira-nos a capacidade de sonhar e melhor escolher comportamentos presentes. Então... o sofrimento é inevitável? Nalgumas vezes, talvez. Na maioria das vezes, acredito que é perfeitamente evitável. E mesmo quando se manifesta, só pela compreensão do seu processo se pode aligeirar e até anular o seu efeito. Como? Aaaah... isso já é outra conversa... Arrependimento só compensa se tiveres acesso a uma máquina do tempo!
Hoje cruzei-me, mais uma vez, com um cliente habitual de uma pastelaria onde costumo comprar uma broa deliciosa. Ele, que é obeso, costuma lá estar quase sempre que lá vou. E se vou a dias incertos e horas variadas, parece tratar-se de um cliente muito frequente, merecedor de um cartão dourado como aqueles das companhias aéreas.
Estava sentado, a conversar com outro cliente como costume, e a comer o que me pareceu um pão-de-leite ou croissant, aparentemente com manteiga e fiambre. Puxando pela memória, sempre que o vejo está a comer algo deste género O meu pensamento na altura foi de julgamento. Não propriamente um julgamento maldoso, mas algo do estilo "Como não havia de estar obeso, se sempre que o vejo está a comer pão ou bolos?" Logo de seguida uma voz interior se fez ouvir, perguntando: "Mas como sabes que ele se sente mal como está? Como sabes que ele quer não estar obeso? E o que há de errado com isso? E se ele se sentir muito bem assim? E se deixar de comer o que come para ficar em melhor forma for, para ele, pior que manter-se obeso e entregar-se aos seus prazeres gastronómicos? E que julgamentos poderão outras pessoas fazer de ti. sobre alguns dos teus comportamentos, sem ter em conta toda a tua 'realidade', como estás a fazer em relação àquele cliente?" Nesse instante comecei a sorrir e a pensar de onde teria vindo aquela necessidade de julgar. E de que me serviria esse julgamento. Afinal, aquele julgamento só considerou a minha perspectiva daquilo a que posso chamar de realidade, com base em pressupostos fictícios, tornando assim o julgamento numa perfeita alucinação. É um julgamento que não serve ninguém, nem a mim, nem aquela pessoa. E se a minha intenção fosse ajuda-lo de alguma forma, a primeira coisa a fazer seria conhecer os seus desafios, e eu não conheço os seus desafios. O que observei depois foi esse mesmo cliente a conversar com a pessoa da mesa ao lado. As expressões de ambos, olhos nos olhos, os gestos ondulados e a ligeira inclinação dos corpos na direcção um do outro, transmitiu-me serenidade e harmonia. Parecia-me, também, que ele se estava a deliciar com o pedaço de comida que segurava numa das mãos, pela forma como parecia segurar delicadamente no último pedaço. É apenas uma interpretação, seu sei. E toda esta observação fez-me sorrir de satisfação. Fez-me sentir bem ver duas pessoas em aparente harmonia. É curioso o que podemos observar quando deixamos de julgar, focando a nossa atenção no que está a acontecer e não naquilo que julgamos estar a acontecer. Colocando o nosso foco naquilo que efectivamente está à vista em vez do que alucinamos poder estar a acontecer. Deixar de observar os outros de acordo com os nossos princípios, os nossos valores e intenções, e deixa-las estar de acordo com os seus próprios princípios, valores e intenções. E quem sabe... talvez assim ainda nos arrisquemos a descobrir magia ao virar da esquina... No contexto do desenvolvimento pessoal, e em como lidar com problemas pessoais, há quem ajude dando conselhos. "Devias fazer isto." "Tens de ir por ali!" "Não sigas esse caminho que te vais perder." "Isso é estúpido. Escolhes antes aquilo que é melhor." Funcionou contigo quando te disseram o que fazer? Então porque fazes isso com os outros? Na minha perspectiva, e que é apenas a minha perspectiva, a melhor forma de ajudar é fazendo perguntas, as perguntas certas, e ter a paciência, dar tempo, para que essas perguntas surtam efeito. Não o efeito que esperas ou desejas, mas o efeito para aquela pessoa ultrapassar a sua situação, seja em que direcção for.
O meu conselho?
Deixa-te de conselhos, ouve, faz as perguntas certas, e sê paciente. Ah... desculpa, dei-te um conselho ;) Dar ou não dar aquele passo... mudar ou... não mudar?
Na maioria dos artigos de desenvolvimento pessoal (este blog incluído) leio frequentemente mensagens de incentivo à mudança: "Muda, e se tiveres medo, vai com medo mesmo." ou "Mudar é complicado mas permanecer é perecer." As mensagens são tantas que, por vezes, e relendo também alguns textos do meu próprio blog, fica a sensação de que não mudar é mau. Então... vejamos alguns pontos que me parecem ser importantes nesta questão:
Bom... era mais ou menos isto. Podes mudar de muitas formas, com pequenas ou grandes mudanças, e por vezes até de forma radical, seja em que área for da tua vida, e em que momento for. O que acontece muitas vezes é que o dilema permanece! Se mudas e corre mal, o lado de ti que não queria mudar lança um rol de acusações associadas a irresponsabilidade, leviandade, aventura desmedida, estupidez e outras coisas muito piores. E talvez venhas a sentir algum arrependimento. Se não mudas e corre mal, o teu lado que queria mudar lança-te um rol de acusações associadas a xónice (isto existe?!?), fraqueza de espírito, moleza, comodismo, estupidez e outras coisas muito piores. E talvez venhas a sentir algum arrependimento. Seja qual for a decisão que tomes:
Espera aí... unir as partes de mim numa ação conjunta? Sim... parte de ti quer uma coisa e parte de ti quer outra. Elas estão em conflito... daí o teu dilema interno. Mas existem formas de alinhares essas diferentes partes numa mesma intenção poderosa, de forma a que possas deixar de ter o dilema e escolher uma das opções ou... quem sabe, agora livre de dilemas... escolher uma opção até aí inexistente. O conflito pode ser importante. Alerta-te para as diferentes questões a analisar, e que podem ser importantes para a tua decisão. Depois, há o momento de união e agir em harmonia. Mudes ou não mudes... a mudança acontece. Escolhe aquela que melhor te serve a cada momento, mesmo que seja ficares onde estás agora... ou partires para uma nova aventura. Boas escolhas, em harmonia :) "Bom era dar aquele passo, mas..."
Esta é uma observação que oiço com alguma regularidade. O que já é bom... porque na maior parte dos casos as pessoas demonstram mais o desconhecimento do que fazer ou do que querem, do que propriamente o conhecimento de uma direcção ou o desejo do que quer que seja. Mas deixemos isso para outras escritas e leituras. O que te impede, verdadeiramente? Esta é uma das perguntas que mais frequentemente aplico quando me dizem o que gostariam de fazer ou ter, mas... e vem sempre um "mas" logo a seguir. Por norma, o "mas" vem seguido de um silêncio, como se de um momento de análise se tratasse. Na maioria das vezes não é o que sucede. A pessoa fica ali bloqueada numa espécie de impossibilidade indefenida. Insisto: "O que te impede?" Há 3 tipos de respostas que mais frequentemente costumam surgir:
É interessante observar, após algumas perguntas, que na maioria das vezes, o verdadeiro impedimento é a própria pessoa. Só algumas vezes a pessoa a quem questiono responde... "Pois... nada.", seguido de um Vou fazer!" ou num momento de silêncio a pensar nas diferentes formas de o concretizar, apresentando de seguida duas ou três possibilidades. A aparente falta de um ou mais recursos internos como coragem, energia, dinamismo, determinação, disciplina, garra, calma, tranquilidade, observação e/ou variados outros recursos estão na base estrutural de qualquer impedimento externo identificado. Não é o estado, a economia, a melhor ou o marido, os filhos ou a vizinha da frente que impedem o que quer que seja. O impedimento, se é que existe algum impedimento na verdadeira acepção do termo, é totalmente interno e pessoal. E por vezes descobre-se que aquilo que se deseja afinal nem é assim tão interessante e, ou já se tem o que parecia faltar, ou o que realmente se pretende é outra coisa mais significativa., E é tão gratificante observar a mudança de atitude quando, após se responder a algumas das perguntas colocadas com real interesse em descobrir-se e renovar-se, concluir que, afinal, por mais difícil ou fácil que o objectivo pareça ser, é tão simples dar aquele primeiro passo em frente. Eu não sei o que realmente queres, mas acredito que tu sabes, mesmo quando pode parecer o oposto, e também acredito que sabes como lá chegar. E a pergunta que te coloco é... já sabes qual é. Uma das causas da auto-sabotagem é a necessidade de validação externa.
Quando essa validação implica aceitação por parte de terceiros que sejam emocionalmente importantes, e essa aceitação não se verifica,, por mais que conscientemente se decida e justifique avançar numa dada direcção, pode subsistir um sentimento inconsciente de insuficiência ou demérito que acabará por acionar mecanismos de sabotagem às ações necessárias na concretização dos objectivos definidos, mesmo que esses objectivos estejam completamente fora do âmbito dos terceiros em causa. A questão é: como contornar este tipo de auto-sabotagem? Por vezes oiço críticas a determinada coisa, atribuindo-se a essa coisa determinadas qualidades e valores. Embora compreenda, e por vezes até concorde de uma forma geral, com algumas das observações, o que realmente identifico é uma confusão do que se observa com a coisa em si.
Por exemplo, algumas (e cada vez mais) pessoas criticam o Facebook com afirmações como "é uma ferramenta negativa", "é uma demonstração de vidas falsas" ou "aquela gente é só vidas perfeitas e felizes e no fundo são uns tristes e frustrados". São afirmações que resultam, provavelmente, da observação de certas e determinadas partilhas que geram essas interpretações e avaliações, depois generalizadas. Mas o Facebook, e continuando neste exemplo (poderíamos estar a falar de qualquer outra coisa) é apenas uma ferramenta onde milhões de pessoas partilham, sim, as suas frustrações, raiva e tristezas, algumas criam "falsas identidades" ou partilham vidas fictícias ou desejadas, mas é também uma ferramenta onde milhões de outras pessoas partilham as suas alegrias, pequenos momentos, promovem contactos de outra forma mais distantes, promovem ideias, movimentos e serviços, inspiram e/ou ajudam outras pessoas. Ou seja, é uma ferramenta como outra qualquer, e que é usada de formas distintas por uns e por outros. Por outras palavras, é mais ou menos como um encontro de ex-alunos da escola e que já não vês há 5, 20 ou 50 anos. Uns são sinceros, outros nem por isso. Uns partilham alegrias e outros partilham tristezas. E o problema não é a reunião em si, mas sim a forma como se lida com isso e com quem de escolhe relacionar-se nesses contextos. Ou seja, e voltando ao exemplo do Facebook, escolhe com quem te relacionas e escolhe a forma como queres lidar com cada contexto. Limpa o teu feed de notícias! Em que outros contextos sentes que poderias beneficiar de uma "limpeza de notícias"? É com curiosidade que observo as diferentes afirmações sobre aquilo a que chamamos de realidade. Sendo a realidade algo aparentemente inatingível, existem pessoas que, com firmeza e segurança, afirmam que a realidade é isto, colocando do lado errado qualquer outra percepção sobre o mesmo contexto..
Interessante, não é? No fundo, operamos com base numa teia de crenças, algumas ainda em forma de opinião enquanto que outras em total convicção, que usamos para navegar nesta coisa que é a vida do dia-a-dia. E essa teia de crenças, ora opiniões ora convicções, ajudam-nos a lidar com os contextos de forma a prosseguirmos o nosso rumo, cada um à sua maneira. Até aqui, tudo bem. Se tudo é uma questão de crenças, como por exemplo o o "ter" de respirar para viver, e isso nos ajuda a prosseguir nesta coisa da vida, que mal tem isso? Na minha perspectiva, nada! Aliás, até isto que escrevo é uma declaração de várias crenças, e sinto-me optimamente com isso. A questão é quando essas as crenças se tornam impeditivas de chegarmos onde queremos chegar, ou, de alguma forma, nos causam situações de desconforto, frustração ou até revolta, de entre outros estados emocionais que podemos considerar, num determinado contexto, inadequados. "Não posso porque já não tenho idade", "Ganhar dinheiro é duro", "É preciso sofrer muito para se ser alguém" ou "Eu nunca tenho sorte" são apenas pequenos exemplos de crenças que, nalguns momentos, podem limitar o progresso nalguma direcção desejada. É quando essas crenças nos fecham que podemos repensar a estrutura à qual escolhemos nos agarrar para viver, e podemos questionar, desconstruír, e criar novas crenças que abram possibilidades para o que queremos concretizar. E isso não garante a concretização do que queremos, mas certamente abre espaço a novas estratégias e comportamentos que ajudam a promover os resultados que tanto desejamos. Se não acreditas nisto e te sentes bem com isso, está tudo bem. Se acreditas nisto, talvez possas criar, agora, novas possibilidades na direcção do que queres viver na tua vida. Pessoalmente, estou "crente" de que tu... sim, tu, tens todos os recursos de que precisas para lá chegar. Há coisas em que acreditas, e há aquelas em que consideras não ser uma questão de crença, e sim de ser efectivamente assim. É o que é.
E depois, há aquelas coisas em que não sabes que acreditas, porque só reparas nelas quando alguém te chama a atenção para algum comportamento ou afirmação da tua parte. Está tudo bem, até ao momento em que algum dessas crenças contradiga algum dos teus valores ou te limite de alguma forma. Ou seja, cada crença pode ser possibilitadora num contexto ou momento, e simultaneamente limitadora noutro. E o que podes fazer nesse momento? Tomar consciência, e alterar essa... crença. Tudo, aparentemente, não passa de um sistema de crenças sob o qual regemos as nossas vidas. E até isto que acabo de escrever assenta nalgumas das minhas. E se desafiares as tuas crenças? E se escolheres experimentar crenças diferentes em determinados contextos ou momentos, e elevares-te a um outro nível? A mente tem aquela genial capacidade de criar problemas, fazendo-nos crer que são reais, e depois encontrar soluções para os problemas que criou, apenas para justificar a sua majestosa existência.
Tão mais extraordinário seria simplesmente aproveitar o momento tal como é. Mark Twain escreveu um dia a seguinte frase, mais tarde popularizada por Winston Churchill: - "Vivi uma vida longa e passei por muitos problemas, muitos dos quais nunca aconteceram.." Sabes aquele ditado popular que afirma "quem corre por gosto não cansa"?
Bem... cansa, mas não gera sofrimento. Eis como diferencio a dor do sofrimento: A dor é o que acontece e o sofrimento é como nos relacionamos com isso. A dor sente-se no momento, o sofrimento sente-se por antecipação, recordação ou profundo desacordo com o que está a ocorrer. Dor é o custo que se sente no momento em que acontece. Por exemplo:
A dor é inevitável. Faz parte do processo. Sem ela, não teríamos a mínima noção do que está a acontecer, da sua importância, do seu impacto. É importante sentirmos dor. Ajuda-nos a fazer escolhas mais acertadas, a aprender e evoluir. Sofrimento resulta da forma como nos relacionamos com o que acontece, e neste caso, com a dor. Por exemplo:
O sofrimento é opcional. Por norma, corresponde a um desafinamento interno ou da colocação do foco na limitação ao invés da possibilidade. O significado da dor resulta de vários factores tais como crenças, experiências passadas, cultura social, etc. O foco, que pode definir o significado como resultar dele, é a colocação da nossa energia num determinado aspecto da dor, e por norma naquilo que está fora do nosso controlo. Por exemplo, alguém importante partiu, e isso dói emocionalmente. Pode surgir o sofrimento pelo foco na sua ausência, naquilo que poderia ter sido e não foi e/ou naquilo que poderia vir a ser e nunca será. Mas ao colocarmos o foco nos momentos partilhados, nas emoções vividas em conjunto, na experiência partilhada, o sofrimento desaparece, e poderá até dar lugar a outras emoções como a alegria. Isso não diminui a dor, mas anula o sofrimento. Não anula o choro, mas gera leveza e preenche por dentro. Faz parte da experiência humana sentir dor, tristeza, dores musculares, exaustão... O sofrimento, por outro lado, resulta da construção da mente por interpretação ou julgamento, e raramente pelo que está efectivamente a ocorrer no momento presente. A dor e real e presente. O sofrimento é construído e alucinado. Pode doer ver alguém com dor. O sofrimento resultante dessa situação já depende da relação que se estabelece com esse processo de dor, quer da outra pessoa quer de quem observa. E no entanto, sofre-se. E quando se sofre, pode-se sempre observar esse processo, e escolher como lidar com essa dor de forma diferente. Hoje, dois amigos partilharam a descriminação racial que sentiram na pele. A amiga, originalmente do Sri Lanka, a trabalhar e a residir nos EUA, foi descriminada por brancos. O amigo, nascido e criado num pequeno país africano e que fala fluentemente o dialecto local, foi descriminado por negros compatriotas.
Ambos reagiram de formas diferentes. Ela reagiu com segurança e sem se rebaixar ao mesmo nível, respondendo com inteligência aos comentários que lhe foram dirigidos (não importa aqui repetir essa parte da história) mas por dentro sentiu-se revoltada, frustrada e triste, precisando de desabafar os seus sentimentos. Ele reagiu com naturalidade, seguro dos seus direitos de estar onde está e a contribuir positivamente para o seu país, sentindo que algumas pessoas são simplesmente ignorantes e é o que é, e deu o exemplo da sua história à amiga. Não sei qual a melhor resposta a dar nestes casos. Provavelmente, nem existe uma resposta certa, e tudo depende de cada contexto. O que quero aqui relevar é: quando te descriminam, como te sentes e porque (achas que) sentes o que sentes? Tenho estado a pensar nesta questão durante parte do dia, e cheguei à conclusão que a única forma de nos sentirmos mal pela descriminação é: (i) identificarmo-nos com a descriminação a algum nível mais ou menos consciente, e/ou (ii) termos expectativas de como o mundo deveria ser e não o é. No primeiro caso, mesmo que conscientemente não te identifiques com o que te é dirigido, convido-te a refletires profundamente na origem dos teus sentimentos. Podes descobrir algo interessante sobre o teu sistema de crenças e sobre a forma como validas a tua existência, os teus valores, os teus comportamentos. No segundo caso, convido-te a observares as tuas expectativas e a forma como te relacionas com elas. Provavelmente, poderás libertares-te das expectativas, abraçando a realidade tal como ela é. E nesse processo, descobrires novas formas de te relacionares com essa realidade, ganhando poder de acção sobre a mesma. É que, muitas vezes, estamos tão mergulhados nas expectavas, que nem reparamos nas oportunidades que nos rodeiam. Por fim, e voltando à descriminação, existem muitas formas diferentes de lidar com elas, especialmente quando tomamos consciência que provém de pessoas que demonstram ignorância, medo, falta de auto-estima, e que devem estar em tal ponto de sofrimento que a única opção que conseguem identificar é o rebaixamento do outro. Talvez uma forma eficaz de lidar com isso seja pelo exemplo daquilo que queres ver à tua volta, pela compaixão. Mas isso já é outra história. Por vezes observo um grande sacrifício em nome de um futuro supostamente seguro. É importante trabalhar agora, sacrificar o tempo, esforçar a mente, explorar o físico, em nome de uma segurança futura em forma de reforma, prémio ou estatuto.
E eu vejo o futuro é tão incerto. Esse tal futuro, o da reforma, prémio ou estatuto, é tão abstrato, que mesmo ao virar de uma esquina os caminhos se poderão desviar. Estratégias governamentais alteram-se, economias colapsam, acidentes sucedem-se. E também surgem oportunidades impensadas, ganham-se prémios inesperados ou heranças imprevistas. O que quer que aconteça, acontece, e a única forma de lidar com isso é quando acontecerem. "Mas... isso significa que posso relaxar e fazer apenas o que me apetecer a cada momento?" Sim... e não! Faz aquilo que fizer sentido para ti. Contrói a tua segurança dentro dos teus limites e importância, e que não seja à custa do teu presente. O teu presente é verdadeiramente um presente... a única riqueza que possuis a cada momento, Desfruta-o! Quando algo indesejável acontece, quando te sentes menos bem, normalmente acedes a pérgulas como "Porquê..." ou a perguntas sobre o "Como"? Não quero ser um fervoroso adepto da abolição do "Porquê". Aliás, quero até salientar a importância do "porquê". É fundamental ter o "porquê" nas nossas vidas. "Porque estou a fazer isto?", "Porque estou aqui agora?" ou "Porque é que vou investir nesta tarefa?" podem ser perguntas interessantes e até desbloqueadoras de alguns entraves. Conduz à razão pela qual estamos aqui, à motivação de uma decisão ou comportamento, ou investimento (em coisa ou relacionamento). O que observo também é o recurso abusivo a esta pergunta. Ela é importante, e fundamental, mas nos seus contextos e momentos certos. Quando alguma coisa indesejável acontece, ou quando nos sentimos menos bem com algo, o acesso ao "porquê" parece levar a estados que pouco ou nada contribuem para a saída ou desbloqueio da situação. Muitas vezes leva até ao aprofundamento da situação indesejada, cavando-se um buraco cada vez mais profundo e escuro. A resposta mais comum à pergunta "porque é que isto está a acontecer?" é um apontar de dedos a alguém, ou a si mesmo, como forma de identificar um culpado. Quando se pergunta "porque me sinto assim?", a resposta mais comum é "porque quando era mais jovem..." ou simplesmente "porque sou tótó!". Por vezes culpa-se o estado as coisas (o governo, a empresa, a família, o condutor do autocarro, o taxista) ou justifica-se com as condições contextuais (a economia, a falta de investidores, as pessoas gananciosas e mentirosas, a traição de alguém importante). Mas isto não resolve, é um mero apontar de dedos, encontro de justificações, sobre as quais dificilmente se pode operar.. Talvez possamos experimentar, nestes casos, uma pergunta diferente. Se perguntarmos "Como é que isto está a acontecer" ou "Como é que faço para me sentir assim", começamos a olhar para uma parte diferente da situação. E essa parte tem um nome - Processo. Quando observamos o processo, começamos a identificar as diferentes componentes que, combinadas de certa forma e por determinada ordem resultam num desfecho aparentemente indesejado. E observando esse mesmo processo, como se tratasse de uma receita de um bolo ou a mecânica de produção de veículos, começam-se a identificar partes que podem ser alteradas na sequência, partes novas que podem ser incluídas e partes que podem ser removidas. E alterando-se o processo, altera-se o resultado, na direcção do resultado pretendido. "Quando me sinto bem, como faço, que tipo de pensamentos tenho, onde me foco mais?" "Quando acontece o que quero, como faço para que isso aconteça?" Parece que, quando temos em conta o processo, nos afastamos emocionalmente da situação, conseguindo assim uma operação mais limpa e eficaz sobre o processo, aplicando alterações para estados diferentes. E estados diferentes, e estados diferentes levam a comportamentos diferentes. E comportamentos diferentes, levam a resultados diferentes. Quando assumimos a responsabilidade sobre o processo, ganhamos o poder de operar sobre ele. E quando operamos sobre ele, obtemos resultados mais próximos daqueles que queremos ter. Nem sempre as alterações produzem os resultados que queremos. É uma experiência. São passos de tentativa-erro até se conseguir a fórmula certa. Também não serve de escapatória àqueles desafios exigentes. Antes pelo contrário. É uma forma de melhor lidarmos com aqueles desafios exigentes. Por vezes, o preço de uma alteração pode ser elevado, emocionalmente elevado. E só a pessoa que assume a responsabilidade pelo processo pode avaliar esse custo, e decidir avançar. Então, há momentos para perguntar "Porquê". Há momentos de termos em conta a nossa motivação. A razão pela qual nos lançamos num determinado caminho em detrimento de outro. A intenção de estarmos numa relação em vez de outra. Esse "porquê" é fundamental à sustentação de todo o processo. E depois há os momentos em que perguntamos "Como". Em que olhamos o processo de obtenção de um resultado. E observando esse processo, operar sobre ele até à obtenção do resultado desejado. E essa operação estará sempre sustentada pelo motivo encontrado no "Porquê". E todo este grande processo - "Porquê"->"Como" - leva-nos ao que efectivamente desejamos concretizar. |
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