"advogado do diabo": Indivíduo que defende uma tese ou opinião contestada por todos, geralmente pelo prazer da argumentação. in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa |
Não se pretende, efectivamente, fazer de advogado do diabo... o que se pretende é testar a nova ideia para que esta se torne mais robusta e consistente, gerando uma maior segurança e probabilidade de sucesso no seu desenvolvimento e implementação. Mas se nos limitarmos à advocacia satânica, as coisas podem ficar feias...
Nesse caso, qual a melhor estratégia?
Antes da estratégia, concentremo-nos nalgumas das vantagens de testar uma ideia na sua concepção inicial:
- poupança de tempo no desenvolvimento real da ideia;
- maior objectividade na sua implementação;
- mecanismos de segurança "anti-derrapagem" ou "anti-falência";
- menor investimento inicial e ao longo de todo o processo;
- poupança de recursos em ideias sem viabilidade;
- maior probabilidade de aceitação e crescimento no mercado.
Então, agora sim... a estratégia!
Sem entrar em detalhes, dado que a implementação é aplicável em múltiplos contextos profissionais e pessoais, a metodologia assenta numa estrutura de 3 níveis, em que a sua visualização nos diferentes cenários e contextos é fundamental.
A estrutura, de uma forma simples:
1. Porque é que quero desenvolver esta ideia?
A razão deverá ser positiva e alinhada com a missão da organização ou pessoa que a vai implementar. Em caso de desalinhamento, será de todo conveniente encontrar um novo alinhamento da ideia ou abandona-la, sob risco de vir a ser um tiro no pé. O que se pretende é que a ideia faça parte do DNA da organização ou pessoa que a implemente, independentemente de ser completamente inovadora ou não, desde a sua concepção à sua disseminação no terreno. Muitas ideias falham nesta fase, independentemente da sua qualidade e viabilidade no terreno, porque o resultado final acaba por ser uma ou várias dos três exemplos abaixo:
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Estando alinhada com o DNA, há que definir aplicações objectivas para a ideia e criar estratégias de desenvolvimento, implementação e disseminação da mesma. Muitas ideias falham neste passo, dando origem ao seu insucesso e, por vezes, aproveitamento bem sucedido da mesma ideia por parte de um concorrente mais atento.
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Algumas excelentes ideias falham por falta de planeamento específico e antecipação correcta das necessidades básicas.
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Testar a ideia identificando todos os possíveis erros e defeitos não é uma forma de destruir uma ideia. É uma forma de a testar enquanto não passa, ainda, de uma ideia. É visualizar a sua concepção e implementação com diferentes cenários e nos diversos contextos, de forma a encontrar soluções adequadas que possam ser aplicadas com sucesso, para que a ideia ganhe vida e se torne bem sucedida para a organização e o seu público alvo.
O objectivo é testar a sua robustez ao máximo, uma espécie de stress-test, e encontrar soluções para as situações que coloquem a ideia em risco de viabilidade. À falta de soluções, talvez o melhor seja rever a ideia ou deixa-la para outra fase. Se as soluções estiverem à altura, perfeito!
A ter em conta há outro factor muito importante - o "mercado" é algo imprevisível!
É o mesmo que dizer que as pessoas são previsivelmente imprevisíveis. Adequar a ideia às pessoas é fundamental, seja num mercado alargado ou num nicho de mercado. Dica: comece pelo nicho, com a ideia de o alargar. Se a ideia não estiver alinhada com o DNA da organização, muito provavelmente as pessoas não aderem pela incongruência da oferta. Se a ideia não "falar a mesma linguagem" das pessoas, estas não se identificarão com a ideia.
O objectivo é minimizar riscos e aumentar a probabilidade de sucesso, criando uma evolução sustentada a médio e longo prazo. Feitos os testes... aí sim:
- há que manter o estado de alerta,
- desevlver um espírito positivo nas próprias capacidade de lidar com os desafios e levar o projecto em frente, e
- criar muitos momentos de diversão ao longo do processo!
Que a crítica seja construtiva e possibilitadora de novos vôos divertidos e bem sucedidos, e que o "diabo" seja consciente do seu papel colaborativo ;)