Na verdade, existem muitos mais ciclos. Um hobby que mudou, uma época festiva que terminou, uma actividade que deixou de existir, uma manhã que passou, uma conversa de café, uma brincadeira com aquela pessoa, uma briga nem se saber bem porquê, um jogo que nos estimula, um convívio caloroso. Não lhes damos muita importância, pois tendemos apenas a olhar para as grandes cenas da vida, mesmo que essa cena seja gelado de baunilha.
O que pretendo salientar é que a vida é feita de ciclos. Muito ciclos. Talvez uns mais relevantes que outros. Uns pequenos e outros grandes. Uns que duram décadas e outros que duram segundos. Uns sobrepõem-se e outros nem por isso. Uns marcam-nos a memória, o corpo e a alma, enquanto que outros relegamos ao esquecimento. Alguns parecem não ter importância nenhuma, e só quando passam damos pela sua falta e importância. Outros parecem tão importantes e, quando terminam, surge aquela sensação de liberdade e leveza.
Ciclos... uns atrás dos outros...
Todos eles são ciclos dentro de um enorme ciclo a que chamamos vida - a nossa vida - desde que nascemos até ao último suspiro. Todos eles têm o seu lugar, a sua importância - oportunidades de crescer e evoluir. De nada adianta agarrarmo-nos a um ciclo que chegou ao seu término natural quando outro está prestes a começar. Em vez disso, parece ser muito mais proveitoso desenvolver a curiosidade pelo ciclo que se segue, e seguir em frente, fazendo desse novo ciclo a continuidade evolutiva do anterior, ou a disrupção de algo que já não funciona, vivendo com fluidez e presença tudo aquilo que o novo tem para oferecer.
E depois de todos esses ciclos? Talvez outro ciclo, quem sabe... numa outra dimensão...
Curios@?