Sendo verdade que existem casos de pessoas que podemos considerar como graves e que recorrem a um Coach, tal como a profissionais de outras áreas, assumir à partida que quem recorre a estes profissionais tem algum problema "grave" não só é abusivo como parece demonstrar um desconhecimento sobre o que são estas áreas do desenvolvimento pessoal.
No caso do Coaching, actividade que tenho vindo a desenvolver há algum tempo, este pode ser orientado de diferentes formas, dependendo do cliente e da situação apresentada.
Por exemplo:
- É muito comum ter-se um profissional que quer melhorar o seu desempenho. Independentemente do sucesso que já está a ter naquilo que faz. Por norma, ele profissional considera que existem ferramentas e técnicas que podem ajudar a ir mais longe, ou mais rápido, ou alinhar-se melhor com aquilo que é realmente importante para si;
- É igualmente comum ter-se alguém que quer melhorar a forma como se relaciona com os seus resultados, criando melhores estados emocionais à concretização dos seus objectivos;
- É também comum as pessoas quererem melhorar os seus relacionamentos, criar um maior alinhamento interno ou simplesmente terem alguém que as ajude a pensar diferente, criar novas perspectivas, serem levadas a descobrirem algo novo ou mais profundo de si mesmas.
Um Coach é alguém que está de fora da situação, munido de recursos e ferramentas que ajudam na clarificação de situações e na criação de novas perspectivas, logo, novas possibilidades de acção para novos resultados. E isto pode ser aplicado em casos.... "graves", como em situações tão comuns como:
- "Não sei se faço aquilo ou aqueloutro, pois parece-me que perco algo em qualquer das opções.",
- "Sinto desconforto naquele contexto e não percebo porquê, e acho que deveria sentir tranquilidade e confiança.", ou
- "Deveria ter aquele comportamento, mas estou sempre a boicotar a minha decisão".
Poderia continuar com estas listas de exemplos, já que são quase infindáveis, mas a mensagem final é que Coaching, assim como algumas outras actividades do desenvolvimento pessoal, não é para pessoas com problemas graves. É para pessoas que, independentemente dos problemas que possam estar a sentir, graves ou não, querem-se desafiar a ir mais longe, a descobrirem algo mais sobre si, a tomarem melhores decisões, a tornarem-se melhores do que são, a lidarem melhor consigo mesmas e com os contextos em que se inserem.
Ou seja, é quase universal, independentemente das situações:
- Quase universal, porque nalgumas situações poderei recomendar outro tipo de acompanhamento especializado;
- Independentemente das situações, porque, se nos prepararmos antes da tempestade, estaremos melhor preparados para lidar com ela.
Coaching é assim uma forma de entendermos melhor o que está a acontecer, aprendendo a desenvolver uma observação mais clara e objectiva dos contextos. É uma forma de nos alinharmos na direcção de objectivos concretos, com base em valores e intenções bem definidas. É uma forma de se explorarem as infinitas possibilidades de viajarmos do sitio onde estamos até ao sitio onde queremos estar, desenvolvendo competências e aprendizagens que nos fazem crescer e ser mais... humanos. É uma forma de nos descobrirmos e inspirarmos a cada momento, e realizar agora o que de facto é fundamental nas nossas vidas.
E é muito mais do que isto...