É bastante comum e, por norma, ajuda a aliviar o sintoma de revolta, raiva, frustração, ou seja qual for a emoção que se eleve ao espírito humano.
Não resolve, nem ajuda a encontrar soluções para a situação em si. Nalguns casos até piora. Mas não são os impropérios, os afamados palavrões, que fazem bem ou mal. São apenas e só palavrões. É a forma e o significado que lhes atribuímos. A energia que colocamos nas palavras faz toda a diferença, a diferença entre o libertar de uma emoção e o abrir espaço para criarmos um estado menos positivo nas nossas vidas. A palavra em si, é irrelevante, e pode até nem ser um impropério para o resultado final ser igualmente negativo..
Porque utilizamos esses impropérios, ou simples nomes de denegrir outrem?
Chamamos um nome à porta e sentimo-nos melhor porque imaginamos que a porta se sinta mal ao assimilar a sua nova e baixa identidade. Afinal, era isso mesmo que queríamos. Que ela sentisse uma ponta da nossa infelicidade. Chamamos um nome àquele mamífero que nos cortou repentinamente o percurso na estrada porque nos queremos sentir melhor, ao fazer com que ele, na nossa imaginação, se assemelhe a um ser inferior de alguma espécie, se é que isso existe. E ele nem ouviu os nossos impropérios. Está tudo na nossa imaginação. E e aqui que reside a busílis da questão.
Quando proferimos esses impropérios dirigidos a outra pessoa, ou ao objecto inanimado, talvez estejamos, de facto, a criar um estado menos positivo para nós próprios, e com isso a piorar a nossa experiência de vida. É certo que, naquele instante, acreditamos no alívio momentâneo do acto, mas refiro-me a médio e longo prazo. O que será que sucede no nosso sistema ao criarmos estas ilusões negativas sobre os outros?
É que uma coisa é soltar um "Foda-se!" (libertação), outra completamente diferente é chamar a alguém disto ou daquilo (julgamento). Será que, ao julgarmos negativamente, estaremos a criar, a abrir, inconscientemente um espaço para a negatividade se instalar na nossa vida?
Alguém disse um dia que libertar palavrões podia ser sujo, mas que certamente criava um bom fertilizante para germinar novos e construtivos estados emocionais. Julgar os outros de forma negativa, e como diz um grande amigo, já se pode assemelhar a tomar um veneno na esperança de que o outro morra.
Ao invés disso, proponho uma alternativa... e que tal ressignificar?
Com palavrões ou sem palavrões de libertação emocional, experimenta ressignificar o que está a acontecer, e observa o que acontece em ti. Usa a tua imaginação. Recria a tua vida para melhor.