Todos os anos várias pessoas dizem -: "Este ano é que é!" - enquanto saúdam com uma taça de champanhe e ingerem 12 passas porque a tradição é para se manter.
Em Janeiro, ainda mantém o espírito das resoluções. Alguns começam um pouco mais tarde para recuperar da festa brava de ano novo, outros começam assim que o dia 1 raia no horizonte. Durante o mês, contudo, fazem-se algumas concessões... afinal, isto é apenas o inicio. Nada de extremos.
Em Fevereiro... bem, em Fevereiro, poucos são já aqueles que ainda se mantém determinados nas suas resoluções. Mudar nem sempre é tão fácil como se julga.
Em Março... Abril... Maio... quais resoluções?
A pouco e pouco as pessoas voltam aos seus hábitos, rotinas e desculpam-se com impossibilidade diversas.
Porquê?
Não fora este o tal ano da mudança?
Não fora este o ano da concretização daqueles objectivos tão importantes?
Não fora este o ano da construção de uma vida de felicidade e sucesso?
Sim... fora!. Pretérito mais que perfeito.
Agora encontra-se transformado em futuro do pretérito num belo "seria".
Mas não é presente, e esse é o primeiro problema.
Este torna-se assim apenas mais um ano igual aos anteriores. Não exactamente igual, mas com rotinas e hábitos muito semelhantes, que invariavelmente terminam nos mesmos resultados que, por algum motivo, deixam tantas dessas pessoas insatisfeitas e descontentes.
Então quais são os obstáculos?
Afinal... tudo começa no presente. Se é para mudar, que se comece hoje, agora, neste mesmo instante. Não amanhã, não para a semana ou no mês que vem, e muito menos no próximo dia 1 de Janeiro. Amanhã e ontem são meros conceitos.
É agora!
Outra questão prende-se com as rotinas, que, por um lado, nos poupam energia e tempo, mas quando não nos trazem os resultados que queremos, tornam-se grandes empecilhos. E quando temos um empecilho pela frente, o que fazemos? Ou contornamos, ou derrubamos o empecilho.
Mudar uma rotina pode ser desafiante. Requer energia, foco e abertura para aceitar o erro e perder performance. Mas é temporário. Assim que dominarmos a nova rotina (e atenção que esta nova rotina tudo corre na perfeição.
Hábitos... aqui diferencio das rotinas porque os hábitos, embora possam ser enquadradas nas rotinas, pretendem satisfazer algo muito mais profundo. Um hábito pode ser uma simples rotina, mas pode também encerrar em si a satisfação de uma necessidade pessoal camuflada. A identificação dessa necessidade nem sempre é fácil. Não é óbvia, e por vezes pode até chocar a própria pessoa no momento da sua descoberta. Requer-se uma boa dose de honestidade e capacidade de não-julgamento. Neste caso, não-auto-julgamento.
Por fim... e que considero ser a pedra basilar de toda a mudança... porquê?
Porque queres mudar?
Porque queres alterar uma rotina, um hábito, atingir um determinado objectivo?
É no motivo, e esta palavra é a chave da motivação, que tudo começa. Se o motivo não for suficientemente forte face ao custo da mudança, a mudança não acontece.
Reunindo todas estas questões, há que acreditar que se consegue operar a mudança. Chama-lhe fé, confiança ou uma forte convicção de que tu és capaz de mudar rumo aos teus objetivos. Lá fora, algumas pessoas acreditam em ti e dão-te força para avançares - este é o teu grupo de influência. Muitas outras duvidam e puxam-te para baixo. Apoia-te no teu grupo de influência e acredita nas tuas capacidades, nas tuas competências, e activa os teus recursos internos para te colocares em marcha.
Resumindo:
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Hoje... é dia de mudança!
"Nada é permanente excepto a mudança"
~ Heráclito de ´Efeso, ca. 535 a.C.