Qual a razão de se repetir o mesmo gesto, o mesmo processo, o mesmo método, as mesmas palavras, uma e outra e mais uma série de vezes?
O condicionamento neurológico acontece de múltiplas formas, e que podem ser resumidas em três grupos:
- aquando da ocorrência de uma forte emoção,
- durante um processo de hipnose,
- por repetição!
Recorda-se daquelas sensações extremamente agradáveis e que ocorrem de forma inesperada e aparentemente inexplicável? Ou daqueles medos ou fobias para as quais não tem qualquer explicação e, ainda assim, lá estão em determinados momentos ou contextos específicos?
Estes condicionamentos derivam, habitualmente, de uma associação de uma emoção a um contexto, música, ocorrência, etc. Por exemplo, está a sentir uma emoção de satisfação enquanto desempenha uma ação específica ou ouve uma determinada música, mesmo que conscientemente não dê por isso, e pode ficar gravada essa associação. Mais tarde, ao desempenhar essa mesma ação ou ouvir a mesma música, a mesma emoção poderá surgir naturalmente. O mesmo sucede para medos e fobias. Essa associação ficou condicionada neurologicamente pela ocorrência de uma forte emoção, e poderá resistir décadas ou desaparecer lentamente.
Sentimos e agimos por hábito como resultado de um condicionamento neurológico criado pela repetição. Esse condicionamento pode ocorrer de forma mais rápida através de um processo de hipnose, e pode ficar gravado por acaso, ou intencionalmente, por associação de uma forte emoção.
No caso dos objetivos, o que se pretende é a criação de uma lembrança permanente, sistemática, do que se pretende atingir. Essa lembrança, associada a uma forte intenção, à emoção do que se pretende atingir, assim como do custo de não se atingir o objetivo e dos prazeres que imaginamos ter ao atingir, gera no nosso sistema a inspiração e a energia recorrentes para se trabalhar no sentido do que se quer atingir. Relembrar o objetivo, quer através de post-it's em locais estratégicos ou de qualquer outro expediente, ajuda a manter activas as energias necessárias à sua concretização. E a repetição dessa lembrança gera novos condicionamentos neurológicos, fazendo com que essa intenção, a emoção todas as restantes características do objetivo, estejam cada vez mais presentes no dia-a-dia, levando à ação na direção do que é realmente relevante para o objetivo a atingir. Somos, por assim dizer, permanentemente inspirador a prosseguir na sua concretização.
Por fim, acrescentaria que o futuro é incerto, e que são diversos os factores que estão ara além do nosso âmbito de controlo. E que, por isso mesmo, a persistência nas ações necessárias e a aceitação do que é são fundamentais. Por vezes os objetivos concretizam-se mais cedo do que o previsto, outras vezes é necessário rever os planos e as estratégias, e alterar os prazos.
O que quer que aconteça, há um percurso rico em experiências e aprendizagens que fazem valer a pena todo o esforço, toda a dedicação e persistência.
E relembro a frase do Bruce Lee (ver imagem): "Um objetivo nem sempre existe para ser concretizado. Muitas vezes existe somente para se ter algo para onde apontar. Nunca desperdices energia em preocupações e pensamentos negativos, todos os problemas são criados pela mente - larga-os." Imagine... imagine como se tudo fosse possível, como se tudo estivesse ao seu alcance. Esquecer, por momentos, o que está a acontecer e o que aconteceu no passado, é uma boa forma de iniciar um novo percurso rumo ao que realmente é desejado. |