e nesse reencontro recuperares à tua própria companhia.
A solidão é somente um convite a te reencontrares com a tua essência,
e nesse reencontro recuperares à tua própria companhia. Neste... talvez como em todos, o Natal tem sido sinónimo de muitas e variadas coisas, dependendo das crenças, hábitos, cultura local, contexto...
No nosso meio, é muitas vezes conotado como a época do frenesim das compras para as prendas de Natal. É curioso ouvir tanta gente dizer que o Natal, na sua essência, não é nada disso, e depois ver as lojas e centros comerciais cheios de gente numa correria às compras com expressões de cansaço e stress, e as árvores de Natal que partilham nas redes sociais estarem rodeadas de dezenas de caixas brilhantemente embrulhadas, com laços de magia e estrelas cintilantes. Neste Natal... talvez como em todos, convido-te a pensares na tua intenção. Qual a intenção, para ti, desta época? O que queres experienciar, sentir, viver? Qual a intenção de cada gesto, cada prenda, cada momento? E nessa intenção, faz aquilo que vai ao encontro da sua realização, da tua realização. Se isso incluir prendas, segue em frente e desfruta livremente desses momentos de partilha. Se isso inclui abraços, sorrisos e proximidade com aqueles que te são importantes, segue em frente e desfruta livremente desses momentos de partilha. O que ver que seja a tua intenção, faz com que aconteça com consciência, com sentido de viveres o que queres viver, e de proporcionar a quem te rodeia a tua liberdade de amar. Boas festas, recheadas de boas intenções - as tuas - e boas partilhas :) Sabes aquele comportamento que achas que não devias fazer (porque te faz mal, porque achas que é errado ou outro motivo qualquer) e ainda assim... o fazes?
Se te recriminas por isso, se sentes algum tipo de culpa, podes relaxar agora. És normal. És perfidamente normal. Está tudo bem! O teu sistema é perfeito tal como é e sabe exactamente o que é bom para ti. Por vezes, escolhe expedientes que podem ser prejudiciais nalgumas áreas, sabendo que te trazem algum tipo de benefício noutras áreas. A parte boa é que, agora que estás consciente disso e que sentes que esse comportamento te trás algumas vantagens, por obscuras que por vezes possam parecer, podes agora ir ao encontro de comportamentos alternativos que te proporcionam os mesmos benefícios e sejam mais ecológicos para ti. Sabes como? É normalmente quando relaxas que as coisas começam verdadeiramente a acontecer...
...só porque forçar tem custos elevados e gera demasiada tensão. E se toda esta nossa concepção da realidade não passasse de uma espécie de Truman Show?
O que mudarias agora? ...talvez possas só e apenas dar um sentido e sincero abraço (nem que somente imaginado).
É que, por vezes, a pessoa que grita e barafusta está só a expressar uma necessidade de conexão e incompreensão perante um contexto. A opinião é um bónus!
O conselho de um amigo, amiga, daquela pessoa especial, daquela pessoa experiente, pode ajudar a encontrar novas perspectivas. Essa opinião, esse conselho, pode até ajudar a evitar erros, desvios, tropeços no caminho. É um bónus naqueles momentos vazios, em que parece terem-se esgotado todas as possibilidades. A opinião é... sobrevalorizada! O conselho de um amigo, amiga, daquela pessoa especial, daquela pessoa experiente, reflete a sua própria experiência e perspectiva das coisas, não a tua. O conselho reflete o que lhe aconteceu, não necessariamente o que te vai acontecer. Ouve com atenção. Considera. Pondera. Agradece! E no fim, decide por ti! A opinião é uma opinião. Por norma, é-nos oferecida com muito boas intenções. Por vezes vem envolta de carinho, amor e protecção. E continua a ser uma opinião. A opinião, por bem intencionada que seja, pode limitar. Pode limitar a possibilidade de experimentar e descobrir. Pode dizer "Eu sei mais que tu, por isso segue este caminho que te indico, pois tu não sabes ainda o suficiente". Pode limitar a capacidade criativa na experiência pessoal, na auto-descoberta e responsabilidade pessoal, e até no sentimento de auto-estima. É um presente que deve ser entregue com cuidado, no momento certo e de forma certa. Que bom que temos opiniões. Que bom podermos dar e receber opiniões. Que bom podermos reflectir um pouco de nós nos outros e receber um pouco dos outros em nós.. Que bom que temos a liberdade de seguir opiniões... ou não... e está tudo bem! Por vezes surgem aquelas situações em que por um lado queremos isto, e por outro queremos aquilo. Há algo em nós que nos puxa para um lado, e outro algo em nós que nos empurra para outro. E estar neste dilema nem sempre é tranquilo, pois não?
Há um certo desconforto que se instala nestes momentos de querermos coisas que, aparentemente, parecem ser mutuamente exclusivas. Por vezes acontece em coisas simples como por um lado quero vegetariano e por outro quero um suculento pedaço de carne. Noutras vezes surge em situações mais relevantes e com maior impacto nos anos que se seguem. Por exemplo, por um lado quero viver no local X e por outro quero viver o local Y. Ou por um lado quero esta relação e por outro quero sair e explorar outras possibilidades. Por um lado quero a segurança, por outro quero a aventura. Tenho observado que, muitas vezes, estes aparentes opostos têm intenções muito semelhantes, senão mesmo iguais. Ou seja, as "partes de ti" que querem coisas diferentes, no fundo, estão apenas a cuidar dos teus maiores interesses e valores, daquilo que de mais importante guardas no teu centro. E é fantástico quando, subitamente, descobres que, quer escolhendo uma quer outra, ou uma terceira via que entretanto surge como resultado desse dilema, estarás sempre bem e a cumprir aquilo que, de verdade, é agora importante para ti. Se tens um dilema agora, explora livremente a intenção de cada uma dessas partes. Talvez te surpreendas e relaxes em relação a isso... agora que descobre que, a intenção da intenção é... é exactamente isso mesmo. Quando criticas alguém, ou te comparas a alguém, qual o fundamento desses comportamentos?
O que estás a ganhar com isso? Qual a necessidade emocional que te leva a criticar ou a julgar (o outro ou a ti mesm@)? Ou seja, como te sentes em relação a ti ao longo desse processo?
Há um ponto no abstrato em que tudo faz sentido, em que todos somos um, em que tudo está junto.
E depois... há o aspecto prático da coisa. Quando afirmas que sabes o que se passa com o outro, estás apenas a especular. Pois tal como ninguém consegue entrar na tua cabeça, também apenas consegues especular o que se passa na cabeça dos outros.
Assim, talvez seja mais simples questionar, e observar. Continuarás a especular, mas sabendo que as afirmações que fazes e as ações que desenvolves assentam não em certezas, e sim num jogo de probabilidades. O motivo pelo qual fazes o que fazes nem sempre é óbvio.
Muitas vezes, escondido numa motivação superficial (e normalmente óbvia e evidente), esconde-se o verdadeiro motivo que determina o teu comportamento. Por vezes aquilo que parece ser, é apenas uma máscara de algo mais inconsciente. Talvez possas, agora, observar o teu comportamento com uma curiosidade mais... conscientemente inconsciente. Tipicamente, a certeza induz-nos segurança, e a segurança induz-nos tranquilidade. Inversamente, a incerteza tende a induzir insegurança, o que por sua vez parece induzir intranquilidade. A intranquilidade expressa-se muitas vezes em ansiedade e stress. Curiosamente, há pessoas que encontram ansiedade na certeza, e tranquilidade na incerteza. Sentes curiosidade agora sobre a incerteza? Quando alguém te apresenta um problema, o "problema" não é o problema.
Se te envolveres na história podem acontecer, de uma forma geral, duas coisas: - distancias-te ao afirmares que o problema não é um problema, apresentando contra-exemplos pessoais (ou comparações com outros contextos), ou - acedes ao problema imergindo no suposto problema. Em qualquer destas situações a contribuição para o outro sair do problema é relativamente baixo., ainda que possível. No primeiro caso a outra pessoa tenderá a sentir-me mal por achar que tem um problema, dados os contra-exemplos ou comparações com situações bem mais desafiantes. No segundo caso sente-se acompanhada, mas continua sem vislumbrar saídas, e podem ir ambos beber uns copos e afogar as mágoas. Há uma terceira hipótese - com compaixão, ajudar a pessoa a lidar com o "problema", que não é a história que conta, e sim a forma como lida com o contexto onde se encontra o suposto problema. Parece que, afinal, nada é um problema. Apenas a forma como lidamos com as coisas determinam se as coisas são problemas, ou oportunidades. Criar e manter expectativas pode ser uma excelente forma de teres menos felicidade na tua vida, e de perderes a oportunidade de descobrires as pequenas maravilhas que te rodeiam agora.
Sempre observo aquela árvore da minha janela.. À noite, especialmente.
Todo o campo relvado se encontra iluminado, transferindo à verde relva uma tranquilidade hipnotizante. E aquela árvore, no meio de outras tantas, meio esguia e escura, contrasta com a luz que a ilumina do outro lado de lá, como se a empurrasse para cá. O contraste impressiona, e a sua inclinação, quase deitada sobre a relva, como que cansada de um dia árduo de trabalho, da vida dura do dia-a-dia, dos reveses e das frustrações, do carrossel das rotinas, dos deveres e das obrigações, ignorada por quem passa, parece antecipar o dia em que deixará para trás, naquela luz que empurra, para, enfim, todos os seus sonhos em terra e, enfim, descansar em paz. Dá vontade de lá ir, abraça-la e suspirar-lhe ao ouvido - "está tudo bem, descansa." Mas as árvores não ouvem. Apenas resistem, até ao dia que quebram de tão forte o vento, o empurrão. Até aqui, ela permanece. Todos os dias a vejo, de manhã com um ar mais fraco, ainda que vergada sobre a relva, como se a beijasse de bons dias para um novo dia afinal igual aos outros. E de noite, naquele seu semblante aparentemente forte, sim, aparentemente, lá está quase a desfalecer sobre a relva. Meio caída, quase que a implorar misericórdia numa vénia mais disfarçada. Porque tudo é uma mera aparência. Fortes. Fracos. Apenas parecem. Pois dadas as motivações certas, os fortes viram fracos. E dadas as motivações certas, os fracos foram fortes. Dadas as motivações certas! Como se numa balança de mercearia colocássemos meio quilograma de vontade num prato, e no outro uma mão cheia de pregos, lixas e uma marreta. E dói, andar com pegos, lixas e marretas todo o dia. Dói mais que a vontade. Mas a árvore permanece. Forte. Aparentemente forte. A relva, por outro lado, aparenta delicadeza. Uma aparente fraqueza que a tudo verga, ondula e dobra. Pisada uma e outra vez pelas crianças que nela brincam e os crescidos que sobre ela corem atrás de uma bola,. E nunca se deixa ir. Nunca.. É apenas uma aparente fraqueza. A árvore, lá está. Firme. Aparentemente forte. Talvez um dia quebre também, num dia forte de vento, como a sua irmã. A relva, essa, permanecerá, aparentemente fraca, delicada, mas forte. A dor pode ser real agora.
O sofrimento, por outro lado, já parece depender de uma construção mental assente na memória de um passado ou na ansiedade de um futuro alucinado. Vejamos... de que formas se pode sofrer sem passado nem futuro? Então... esquecemos? Deixamos de criar cenários futuros? Esquecer retira-nos a capacidade de aprender e evoluir. Deixar de criar futuros possíveis retira-nos a capacidade de sonhar e melhor escolher comportamentos presentes. Então... o sofrimento é inevitável? Nalgumas vezes, talvez. Na maioria das vezes, acredito que é perfeitamente evitável. E mesmo quando se manifesta, só pela compreensão do seu processo se pode aligeirar e até anular o seu efeito. Como? Aaaah... isso já é outra conversa... Arrependimento só compensa se tiveres acesso a uma máquina do tempo!
A coragem é muitas vezes definida como a ausência do medo.
Mas não será isso inconsciência ou imprudência? Há quem afirme que a verdadeira coragem é seguir em frente, mesmo que com medo. Seja qual for a definição, ter a noção do risco, das probabilidades e acreditar na possibilidade do sucesso parecem ser ingredientes a considerar. Como se define coragem, então? Será a ausência de medo como alguns dizem? Será seguir em frente apesar do medo? E o que define uma pessoa corajosa? Quais os comportamentos que se definem como corajosos? Enfrentar um incêndio de grandes proporções com poucos meios? Enfrentar um forte adversário num momento decisivo? Coragem... “Coragem” deriva do latim - Coraticum. Esta palavra é composto por "cor", que significa "coração", e o sufixo "aticum", que é utilizado para indicar uma ação referente à palavra que a precede. Ou seja, "coraticum" significa "ação do coração". Mas... e então? Coragem é agir com o coração? Na maioria dos casos, coragem surge associada a grandes feitos com poucos meios, como um soldado que enfrenta um regimento invencível, como uma bombeira que se atira para dentro de um prédio em chamas para salvar um gato ou uma pessoa anónima que sobe 3 andares pelas paredes exteriores para salvar uma criança sozinha pendurada numa varanda. E quaisquer destes actos são... ilógicos, completamente irracionais. Todas as probabilidades estão contra a pessoa que as concretiza, e no entanto... lá estão elas. Frequentemente são apelidadas de pessoas heróicas. E basta ver a quantidade de filmes, séries e documentários com referências deste género. E neste sentido, talvez a coragem seja mesmo uma ação comandada pelo coração. Não pelo orgão em si, mas pelo significado que lhe está associado. Mas a coragem não se limita a actos heróicos. Coragem é a firmeza de ânimo ante o perigo, os reveses e os sofrimentos. É a perseverança com que se prossegue no que é difícil de se conseguir (in Dicionário Priberam). E isto é muito mais que comportamentos ditos heróicos com que tantas vezes definimos coragem. Coragem parece ser, antes de mais, a capacidade de se manter fiel à sua essência, independentemente das circunstâncias É o cuidar e assegurar do que é central e fundamental na tua existência - o teu centro. Aquilo que defines como a coisa mais importante em ti - a tua essência, a tua natureza, a tua fragilidade - e manteres-te confiante e com estima a partir desse ponto. E nem sempre é fácil. Somos muitas vezes desafiados quanto a essa essência, e noutras vezes confundimos essa essência com o ego. Marianne Elliott, que teve a sua dose de aventuras no Afeganistão em defesa dos direitos humanos fez uma pesquisa sobre coragem com resultados surpreendentes. Ao questionar pessoas sobre actos de coragem, as respostas mais frequentes foram actos como parentalidade, "sair do armário", apaixonar-se, sair de uma relação ou tomar conta de um familiar doente. E parece que olhar olhos nos olhos para lidar com tantas destas situações é o ponto fulcral onde a coragem se torna mais necessária... ou evidente. E a vulnerabilidade parece fazer parte do processo: "“A coragem começa com o aparecermos e deixarmo-nos ser vistos.” - Brené Brown. Paulo Coelho afirmou que todo o acto de coragem é um acto de amor. Osho afirmou que se trata de um caso de amor com o desconhecido. E a tua coragem talvez comece por te amares incondicionalmente, agora, assim mesmo, neste instante tal como estás. E talvez possas experimentar e estares na disposição de falhar, redesenhar e recomeçar. Oscar Wilde afirmou que a experiência é apenas o nome que damos aos nossos erros, e disto conclui-se que as boas decisões resultam da experiência conseguida a partir de más decisões. Ou seja, não existem más decisões. Coragem pode ser desistir e deixar ir, prosseguir e manter a consistência do curso previamente definido, mudar de direcção para algo completamente novo, pode ser ligarmo-nos à pessoa ao nosso lado ou do outro lado, por mais improvável ou distante que pareça estar. "A coragem não é simplesmente uma das virtudes, mas a forma de todas as virtudes no ponto de teste, o que significa no ponto mais alto da realidade." ~ C. S. Lewis Coragem é seres tal como és, naquilo que te define no mais profundo de ti, sem limitações ou dependências e apesar dos contextos e do que pensarem ou disserem de ti. É seguires o teu rumo de acordo com o que sentes e acreditas, criando em ti e nas pessoas à tua volta o que mais desejas ver no mundo. Coragem é desbravares o teu caminho apesar das consequências. Coragem é estares presente em ti, no momento, tal como estás e como é, aceitando isso mesmo com naturalidade e agindo no sentido do que queres ver e sentir no momento seguinte. Coragem é pedir ajuda nos momentos certos. Coragem é dar sem esperar de volta. Coragem e acordar todos os dias, sorrir, e fazer deste tia o melhor dia com o que tens à mão. Coragem é olhares olhos nos olhos a tua alma, e espelhares essa alma naqueles que te são mais queridos, sem filtros. Coragem é o que vejo tantas vezes em tanta gente à minha volta, e em ti também. Hoje cruzei-me, mais uma vez, com um cliente habitual de uma pastelaria onde costumo comprar uma broa deliciosa. Ele, que é obeso, costuma lá estar quase sempre que lá vou. E se vou a dias incertos e horas variadas, parece tratar-se de um cliente muito frequente, merecedor de um cartão dourado como aqueles das companhias aéreas.
Estava sentado, a conversar com outro cliente como costume, e a comer o que me pareceu um pão-de-leite ou croissant, aparentemente com manteiga e fiambre. Puxando pela memória, sempre que o vejo está a comer algo deste género O meu pensamento na altura foi de julgamento. Não propriamente um julgamento maldoso, mas algo do estilo "Como não havia de estar obeso, se sempre que o vejo está a comer pão ou bolos?" Logo de seguida uma voz interior se fez ouvir, perguntando: "Mas como sabes que ele se sente mal como está? Como sabes que ele quer não estar obeso? E o que há de errado com isso? E se ele se sentir muito bem assim? E se deixar de comer o que come para ficar em melhor forma for, para ele, pior que manter-se obeso e entregar-se aos seus prazeres gastronómicos? E que julgamentos poderão outras pessoas fazer de ti. sobre alguns dos teus comportamentos, sem ter em conta toda a tua 'realidade', como estás a fazer em relação àquele cliente?" Nesse instante comecei a sorrir e a pensar de onde teria vindo aquela necessidade de julgar. E de que me serviria esse julgamento. Afinal, aquele julgamento só considerou a minha perspectiva daquilo a que posso chamar de realidade, com base em pressupostos fictícios, tornando assim o julgamento numa perfeita alucinação. É um julgamento que não serve ninguém, nem a mim, nem aquela pessoa. E se a minha intenção fosse ajuda-lo de alguma forma, a primeira coisa a fazer seria conhecer os seus desafios, e eu não conheço os seus desafios. O que observei depois foi esse mesmo cliente a conversar com a pessoa da mesa ao lado. As expressões de ambos, olhos nos olhos, os gestos ondulados e a ligeira inclinação dos corpos na direcção um do outro, transmitiu-me serenidade e harmonia. Parecia-me, também, que ele se estava a deliciar com o pedaço de comida que segurava numa das mãos, pela forma como parecia segurar delicadamente no último pedaço. É apenas uma interpretação, seu sei. E toda esta observação fez-me sorrir de satisfação. Fez-me sentir bem ver duas pessoas em aparente harmonia. É curioso o que podemos observar quando deixamos de julgar, focando a nossa atenção no que está a acontecer e não naquilo que julgamos estar a acontecer. Colocando o nosso foco naquilo que efectivamente está à vista em vez do que alucinamos poder estar a acontecer. Deixar de observar os outros de acordo com os nossos princípios, os nossos valores e intenções, e deixa-las estar de acordo com os seus próprios princípios, valores e intenções. E quem sabe... talvez assim ainda nos arrisquemos a descobrir magia ao virar da esquina... Ha dias iguais e dias diferentes, dependendo da perspectiva de onde observas e daquilo em que te focas.
No contexto do desenvolvimento pessoal, e em como lidar com problemas pessoais, há quem ajude dando conselhos. "Devias fazer isto." "Tens de ir por ali!" "Não sigas esse caminho que te vais perder." "Isso é estúpido. Escolhes antes aquilo que é melhor." Funcionou contigo quando te disseram o que fazer? Então porque fazes isso com os outros? Na minha perspectiva, e que é apenas a minha perspectiva, a melhor forma de ajudar é fazendo perguntas, as perguntas certas, e ter a paciência, dar tempo, para que essas perguntas surtam efeito. Não o efeito que esperas ou desejas, mas o efeito para aquela pessoa ultrapassar a sua situação, seja em que direcção for.
O meu conselho?
Deixa-te de conselhos, ouve, faz as perguntas certas, e sê paciente. Ah... desculpa, dei-te um conselho ;) |
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