...só porque forçar tem custos elevados e gera demasiada tensão.
É normalmente quando relaxas que as coisas começam verdadeiramente a acontecer...
...só porque forçar tem custos elevados e gera demasiada tensão. A opinião é um bónus!
O conselho de um amigo, amiga, daquela pessoa especial, daquela pessoa experiente, pode ajudar a encontrar novas perspectivas. Essa opinião, esse conselho, pode até ajudar a evitar erros, desvios, tropeços no caminho. É um bónus naqueles momentos vazios, em que parece terem-se esgotado todas as possibilidades. A opinião é... sobrevalorizada! O conselho de um amigo, amiga, daquela pessoa especial, daquela pessoa experiente, reflete a sua própria experiência e perspectiva das coisas, não a tua. O conselho reflete o que lhe aconteceu, não necessariamente o que te vai acontecer. Ouve com atenção. Considera. Pondera. Agradece! E no fim, decide por ti! A opinião é uma opinião. Por norma, é-nos oferecida com muito boas intenções. Por vezes vem envolta de carinho, amor e protecção. E continua a ser uma opinião. A opinião, por bem intencionada que seja, pode limitar. Pode limitar a possibilidade de experimentar e descobrir. Pode dizer "Eu sei mais que tu, por isso segue este caminho que te indico, pois tu não sabes ainda o suficiente". Pode limitar a capacidade criativa na experiência pessoal, na auto-descoberta e responsabilidade pessoal, e até no sentimento de auto-estima. É um presente que deve ser entregue com cuidado, no momento certo e de forma certa. Que bom que temos opiniões. Que bom podermos dar e receber opiniões. Que bom podermos reflectir um pouco de nós nos outros e receber um pouco dos outros em nós.. Que bom que temos a liberdade de seguir opiniões... ou não... e está tudo bem! Por vezes surgem aquelas situações em que por um lado queremos isto, e por outro queremos aquilo. Há algo em nós que nos puxa para um lado, e outro algo em nós que nos empurra para outro. E estar neste dilema nem sempre é tranquilo, pois não?
Há um certo desconforto que se instala nestes momentos de querermos coisas que, aparentemente, parecem ser mutuamente exclusivas. Por vezes acontece em coisas simples como por um lado quero vegetariano e por outro quero um suculento pedaço de carne. Noutras vezes surge em situações mais relevantes e com maior impacto nos anos que se seguem. Por exemplo, por um lado quero viver no local X e por outro quero viver o local Y. Ou por um lado quero esta relação e por outro quero sair e explorar outras possibilidades. Por um lado quero a segurança, por outro quero a aventura. Tenho observado que, muitas vezes, estes aparentes opostos têm intenções muito semelhantes, senão mesmo iguais. Ou seja, as "partes de ti" que querem coisas diferentes, no fundo, estão apenas a cuidar dos teus maiores interesses e valores, daquilo que de mais importante guardas no teu centro. E é fantástico quando, subitamente, descobres que, quer escolhendo uma quer outra, ou uma terceira via que entretanto surge como resultado desse dilema, estarás sempre bem e a cumprir aquilo que, de verdade, é agora importante para ti. Se tens um dilema agora, explora livremente a intenção de cada uma dessas partes. Talvez te surpreendas e relaxes em relação a isso... agora que descobre que, a intenção da intenção é... é exactamente isso mesmo. Quando alguém te apresenta um problema, o "problema" não é o problema.
Se te envolveres na história podem acontecer, de uma forma geral, duas coisas: - distancias-te ao afirmares que o problema não é um problema, apresentando contra-exemplos pessoais (ou comparações com outros contextos), ou - acedes ao problema imergindo no suposto problema. Em qualquer destas situações a contribuição para o outro sair do problema é relativamente baixo., ainda que possível. No primeiro caso a outra pessoa tenderá a sentir-me mal por achar que tem um problema, dados os contra-exemplos ou comparações com situações bem mais desafiantes. No segundo caso sente-se acompanhada, mas continua sem vislumbrar saídas, e podem ir ambos beber uns copos e afogar as mágoas. Há uma terceira hipótese - com compaixão, ajudar a pessoa a lidar com o "problema", que não é a história que conta, e sim a forma como lida com o contexto onde se encontra o suposto problema. Parece que, afinal, nada é um problema. Apenas a forma como lidamos com as coisas determinam se as coisas são problemas, ou oportunidades. A dor pode ser real agora.
O sofrimento, por outro lado, já parece depender de uma construção mental assente na memória de um passado ou na ansiedade de um futuro alucinado. Vejamos... de que formas se pode sofrer sem passado nem futuro? Então... esquecemos? Deixamos de criar cenários futuros? Esquecer retira-nos a capacidade de aprender e evoluir. Deixar de criar futuros possíveis retira-nos a capacidade de sonhar e melhor escolher comportamentos presentes. Então... o sofrimento é inevitável? Nalgumas vezes, talvez. Na maioria das vezes, acredito que é perfeitamente evitável. E mesmo quando se manifesta, só pela compreensão do seu processo se pode aligeirar e até anular o seu efeito. Como? Aaaah... isso já é outra conversa... Arrependimento só compensa se tiveres acesso a uma máquina do tempo!
Ha dias iguais e dias diferentes, dependendo da perspectiva de onde observas e daquilo em que te focas.
- "O que tenho de fazer para ganhar?" - perguntou o jovem Fernando de forma determinada.
- "Não sei. Honestamente... não sei." - respondeu o Mestre Oleiro sem dar grande importância ao assunto. Depois parou, observou o Fernando como que perscrutando a sua alma. Voltou tranquilamente a sua atenção à tarefa que tinha em mãos, as mãos que sentiam o barro, não a moldá-lo, mas a sentir a sua textura, a sua forma. O seu olhar era tranquilo mas atento, como se observasse cada milímetro do barro, sentisse cada grão, cheirasse cada aroma daquela húmida mistura. Havia nele um ar de sábio, ou talvez fosse das suas barbas brancas e longas, perfeitamente penteadas. Por fim, acrescentou - "Sei o seguinte... se não te entregas, se não te empenhas no que decides fazer, se não estás na disposição de assumir o preço daquilo que queres fazer... só por mera sorte ou acaso poderás sentir algo semelhante a sucesso. E ainda assim, tenho dúvidas. Mas se ao invés disso te entregares à experiência, à tua descoberta do que queres fazer e de como o queres fazer, se te empenhares e assumires o custo do que queres fazer... então a tua probabilidade de sucesso aumenta drasticamente. Aliás, diria até que o teu sucesso está praticamente garantido, seja qual for o desfecho." - "Espera lá... eu não perguntei pelo sucesso. Perguntei por uma qualquer fórmula mágica de ganhar! Tu sabes, já ganhaste imensas coisas. Como se faz?" - retorquiu de imediato Fernando. O Mestre Oleiro não respondeu, mantendo a sua atenção na peça que parecia moldar-se nas suas mãos fortes e calejadas. Parecia magia, e o seu semblante mudava nesses momentos de criação como se ausente do espaço e do tempo. O seu método aparentemente simples de transformar um pedaço de barro humedecido numa peça de arte era um mistério que poucos conseguiam compreender, e que muitos apreciavam e glorificavam. Não se tratava de criar uma cópia de algo ou uma simples peça deslumbrante através de técnicas adquiridas ao longo de uma vida de experiências. Era verdadeiramente um mistério como, de simples movimentos de dedos e palmas das mãos, saiam peças de fazer cair os queixos dos seus inúmeros admiradores e especialistas da matéria. Fernando pensou por uns instantes, enquanto observava pela enésima vez aqueles movimentos indecifráveis. Era como se o hipnotizassem até ao momento de revelação final, em que a peça de arte se decide mostrar ao mundo. Mas rapidamente voltou ao seu raciocínio, e ganhar era,o seu objectivo mais importante. Precisava de ser o número um. Sair vitorioso da sua senda. Ganhar dava-lhe acesso a oportunidades que queria explorar no seu percurso. Sucesso, por outro lado, parecia-lhe ser apenas a consequência natural da vitória. Sem ganhar, não há sucesso. O Mestre Oleiro parou uns instantes, como que a dar tempo para a sua peça se revelar. Fernando pareceu acordar dos seus pensamentos e desviou o olhar para o mestre - "Que peça está a fazer, desta vez?" O Mestre Oleiro respirou fundo, com a sua habitual tranquilidade, e mantendo o olhar no barro exclamou - "Ainda não sei. Estou à espera que o barro me revele o que quer ser. Se for eu a decidir, será apenas mais um entre tantos iguais. Mas se eu respeitar a sua essência, será uma peça única, absolutamente bela na sua forma, seja ela qual for, seja qual for o seu destino." Para Fernando nada disto fazia sentido. Já desconfiava da sanidade do mestre, e agora começava a ter a certeza de que ele não batia bem. Virou costas com um curto "até já" e dirigiu-se para a porta, hesitante, olhando o chão. Tinha esperanças que o mestre o soubesse orientar, dar um conselho, dizer o que fazer para ganhar o seu desafio. Quando chegou à porta parou, olhou para o mestre e perguntou - "O que eu quero é ganhar. Por que me fala em sucesso?" Do mestre sairam palavras arrastadas num tom grave e pouco audível - "Ah... ganhar. Isso." - mantendo a sua atenção no barro. Respirou fundo mais uma vez, na sua habitual tranquilidade, olhou directamente para Fernando com o poder do seu olhar profundo, e apontando o dedo retorquiu - "O que ganhas tu se te sentires bem sucedido?" Uma das dificuldades em sair de um dado sito, largar uma ideia para abraçar outra, mudar de rumo ou dar aquele passo tão importante... prende-se com o facto de se estar "dependente" a uma única perspectiva. Confunde-se a perspectiva com a realidade, e torna-se difícil identificar alternativas, oportunidades, saídas... por vezes apenas aquela determinação inabalável que nos impele numa dada direcção.
Falar com outras pessoas pode ajudar, e por vezes faz toda a diferença. As experiências de vida das pessoas à nossa volta, ou até de desconhecidos, ajudam-nos a considerar outros factores até aí camuflados ou ignorados, e isso leva-nos a ver as coisas de uma nova perspectiva. Contudo, há que manter presente que essas experiências não são nossas, e assentam também, muitas vezes, nas "perspectivas únicas" de cada pessoa, o que pode significar uma certa incapacidade de incorporar as diferentes possibilidades do teu próprio percurso. Sendo importante a consideração de outras experiências, convém manter presente que essas outras experiências não ditam o teu percurso futuro. Ou seja, só porque na experiência da outra pessoa o desfecho foi um forte embate contra uma parede, isso não significa que tu vás também. Mas pode significar uma aprendizagem relevante no teu percurso. E por vezes, pode evitar a tal parede. Se eu desse um conselho, simples e óbvio, diria para ouvires e considerares a sério as experiências de quem as partilha contigo. Especialmente se as intenção são boas. E no fim, decide por ti... na posse de todos os teus recursos internos, da tua intenção bem definida, e se possível com um plano B na algibeira. Já ouviste histórias, com certeza, de pessoas que deram passos atrás por não terem dado ouvidos aos conselhos de outras pessoas. Mas também sabes de muitas histórias de sucesso precisamente por terem ignorado esses mesmos conselhos. Ou seja, tudo é relativo e cada caso é um caso. Não há forma de prever a 100%. E talvez por isso seja tão positivo ter acesso a diferentes perspectivas. O que tenho descoberto é que, da mesma forma que pode ser importante aprender com as experiências das outras pessoas, também é muito importante que alguém nos faça as perguntas certas. É que, dessas perguntas, surgem naturalmente os maiores insights e descobertas que te ajudam a criar o alinhamento que tanto procuras. E dessas descobertas e alinhamento, surgem novas perspectivas e possibilidades. Não sei se é manter ou mudar. Mas tu sabes! Sabes qual é a pergunta certa? A importância das coisas parece ser relativa ao espaço e ao tempo. Espaço no sentido do contexto em que se inserem. Tempo no sentido da tua experiência de vida e da passagem do próprio tempo.
E todos estes factores são subjectivos. A passagem do tempo, a tua experiência de vida, a minha, a dos outros... os próprios contextos cujas formas dependem de tantos factores subjectivos como a perspectiva de cada um, o foco, a intenção, o estado emocional, as crenças individuais e colectivas, etc... A importância das coisas parece ser, então, subjectiva. Ora é importante, ora não é. A importância das coisas não tem, provavelmente, importância nenhuma. És tu que lhes conferes a importância que queres a cada momento e em cada contexto.. A importância das coisas é o que queres que elas sejam. A importância das coisas pode mudar agora mesmo, ao acederes à tua memória de ti com 7 ou 10 anos de idade, ou à tua projecção de ti com 150 ou 200 anos de experiência e vida. A importância das coisas... Dar ou não dar aquele passo... mudar ou... não mudar?
Na maioria dos artigos de desenvolvimento pessoal (este blog incluído) leio frequentemente mensagens de incentivo à mudança: "Muda, e se tiveres medo, vai com medo mesmo." ou "Mudar é complicado mas permanecer é perecer." As mensagens são tantas que, por vezes, e relendo também alguns textos do meu próprio blog, fica a sensação de que não mudar é mau. Então... vejamos alguns pontos que me parecem ser importantes nesta questão:
Bom... era mais ou menos isto. Podes mudar de muitas formas, com pequenas ou grandes mudanças, e por vezes até de forma radical, seja em que área for da tua vida, e em que momento for. O que acontece muitas vezes é que o dilema permanece! Se mudas e corre mal, o lado de ti que não queria mudar lança um rol de acusações associadas a irresponsabilidade, leviandade, aventura desmedida, estupidez e outras coisas muito piores. E talvez venhas a sentir algum arrependimento. Se não mudas e corre mal, o teu lado que queria mudar lança-te um rol de acusações associadas a xónice (isto existe?!?), fraqueza de espírito, moleza, comodismo, estupidez e outras coisas muito piores. E talvez venhas a sentir algum arrependimento. Seja qual for a decisão que tomes:
Espera aí... unir as partes de mim numa ação conjunta? Sim... parte de ti quer uma coisa e parte de ti quer outra. Elas estão em conflito... daí o teu dilema interno. Mas existem formas de alinhares essas diferentes partes numa mesma intenção poderosa, de forma a que possas deixar de ter o dilema e escolher uma das opções ou... quem sabe, agora livre de dilemas... escolher uma opção até aí inexistente. O conflito pode ser importante. Alerta-te para as diferentes questões a analisar, e que podem ser importantes para a tua decisão. Depois, há o momento de união e agir em harmonia. Mudes ou não mudes... a mudança acontece. Escolhe aquela que melhor te serve a cada momento, mesmo que seja ficares onde estás agora... ou partires para uma nova aventura. Boas escolhas, em harmonia :) Uma das causas da auto-sabotagem é a necessidade de validação externa.
Quando essa validação implica aceitação por parte de terceiros que sejam emocionalmente importantes, e essa aceitação não se verifica,, por mais que conscientemente se decida e justifique avançar numa dada direcção, pode subsistir um sentimento inconsciente de insuficiência ou demérito que acabará por acionar mecanismos de sabotagem às ações necessárias na concretização dos objectivos definidos, mesmo que esses objectivos estejam completamente fora do âmbito dos terceiros em causa. A questão é: como contornar este tipo de auto-sabotagem? Porque fazemos o que fazemos?
É uma pergunta que pode dar origem a uma conversa filosófica e científica muito interessante e vamos seguir um caminho mais específico neste tópico. E mais que nos debruçarmos especificamente sobre isso agora, quero centrar o tema na projecção para o futuro, sobre... o que pretendes para o teu futuro? Observo muitas vezes pessoas a construirem futuros ideias, a idealizarem cenários ora dantescos ora geniais, e a aplicaram grande parte da sua energia na construção desses cenários. Mais que isso, observo que trazem para o presente o resultado desses cenários, fazendo com que vivam numa ilusão de prazer ou de dor consoante os cenários que constroem. A construção dos cenários pode ser extremamente útil. Ajuda-nos a criar uma orientação clara daquilo que pretendemos e a criar estratégias para o sucesso, evitando muitas vezes resultados adversos. Mas não é propriamente isso que observo na maioria das vezes. O que observo, é a vivência de algo que não existe, ao ponto de deixarem de agir na direcção daquilo que querem viver nas suas vidas. Se constroem cenários geniais, trazem para o presente o ressudado desses cenários e deixam de agir para os construir na prática. Vivem uma ilusão de sucessos. Nada mau, pelo menos sentem-se felizes. Por norma são, mas sem sustentação. Se constroem cenários dantescos, trazem para o presente o resultado desses cenários, vivendo preocupados ou em profunda depressão, porque o que pode estar ao virar da esquina é indesejado. Vivem uma ilusão de insucessos, e sentem-se revoltados, frustrados ou impotentes em relação a isso. Se tivesse de escolher uma destas duas, escolheria a primeira. Ilusão por ilusão, mais vale uma que me deixe com um sorriso nos lábios. Mas existe uma terceira possibilidade. E se experimentares criar cenários negativos e positivos, e veres o que queres estar a viver no futuro? E se o viveres hoje? Age hoje como se estivesses já no cenário desejado, desenvolvendo estratégias e ações na criação daquilo que queres viver agora, evitando o que pode constituir um risco e fortalecendo o que consideras serem os teus pontos de sucesso. Escolhe comportamentos, agora, que estejam alinhados com o que queres ver na tua vida, e intensifica essas ações na medida necessária rumo aos teus objectivos, agora! O teu futuro é hoje! O teu sucesso é... agora! Por vezes oiço críticas a determinada coisa, atribuindo-se a essa coisa determinadas qualidades e valores. Embora compreenda, e por vezes até concorde de uma forma geral, com algumas das observações, o que realmente identifico é uma confusão do que se observa com a coisa em si.
Por exemplo, algumas (e cada vez mais) pessoas criticam o Facebook com afirmações como "é uma ferramenta negativa", "é uma demonstração de vidas falsas" ou "aquela gente é só vidas perfeitas e felizes e no fundo são uns tristes e frustrados". São afirmações que resultam, provavelmente, da observação de certas e determinadas partilhas que geram essas interpretações e avaliações, depois generalizadas. Mas o Facebook, e continuando neste exemplo (poderíamos estar a falar de qualquer outra coisa) é apenas uma ferramenta onde milhões de pessoas partilham, sim, as suas frustrações, raiva e tristezas, algumas criam "falsas identidades" ou partilham vidas fictícias ou desejadas, mas é também uma ferramenta onde milhões de outras pessoas partilham as suas alegrias, pequenos momentos, promovem contactos de outra forma mais distantes, promovem ideias, movimentos e serviços, inspiram e/ou ajudam outras pessoas. Ou seja, é uma ferramenta como outra qualquer, e que é usada de formas distintas por uns e por outros. Por outras palavras, é mais ou menos como um encontro de ex-alunos da escola e que já não vês há 5, 20 ou 50 anos. Uns são sinceros, outros nem por isso. Uns partilham alegrias e outros partilham tristezas. E o problema não é a reunião em si, mas sim a forma como se lida com isso e com quem de escolhe relacionar-se nesses contextos. Ou seja, e voltando ao exemplo do Facebook, escolhe com quem te relacionas e escolhe a forma como queres lidar com cada contexto. Limpa o teu feed de notícias! Em que outros contextos sentes que poderias beneficiar de uma "limpeza de notícias"? É com curiosidade que observo as diferentes afirmações sobre aquilo a que chamamos de realidade. Sendo a realidade algo aparentemente inatingível, existem pessoas que, com firmeza e segurança, afirmam que a realidade é isto, colocando do lado errado qualquer outra percepção sobre o mesmo contexto..
Interessante, não é? No fundo, operamos com base numa teia de crenças, algumas ainda em forma de opinião enquanto que outras em total convicção, que usamos para navegar nesta coisa que é a vida do dia-a-dia. E essa teia de crenças, ora opiniões ora convicções, ajudam-nos a lidar com os contextos de forma a prosseguirmos o nosso rumo, cada um à sua maneira. Até aqui, tudo bem. Se tudo é uma questão de crenças, como por exemplo o o "ter" de respirar para viver, e isso nos ajuda a prosseguir nesta coisa da vida, que mal tem isso? Na minha perspectiva, nada! Aliás, até isto que escrevo é uma declaração de várias crenças, e sinto-me optimamente com isso. A questão é quando essas as crenças se tornam impeditivas de chegarmos onde queremos chegar, ou, de alguma forma, nos causam situações de desconforto, frustração ou até revolta, de entre outros estados emocionais que podemos considerar, num determinado contexto, inadequados. "Não posso porque já não tenho idade", "Ganhar dinheiro é duro", "É preciso sofrer muito para se ser alguém" ou "Eu nunca tenho sorte" são apenas pequenos exemplos de crenças que, nalguns momentos, podem limitar o progresso nalguma direcção desejada. É quando essas crenças nos fecham que podemos repensar a estrutura à qual escolhemos nos agarrar para viver, e podemos questionar, desconstruír, e criar novas crenças que abram possibilidades para o que queremos concretizar. E isso não garante a concretização do que queremos, mas certamente abre espaço a novas estratégias e comportamentos que ajudam a promover os resultados que tanto desejamos. Se não acreditas nisto e te sentes bem com isso, está tudo bem. Se acreditas nisto, talvez possas criar, agora, novas possibilidades na direcção do que queres viver na tua vida. Pessoalmente, estou "crente" de que tu... sim, tu, tens todos os recursos de que precisas para lá chegar. Numa conversa entre amigos, uma observação suscitou-me curiosidade sobre os processos internos em curso em quem a proferiu. Sobre o tema em discussão, a pessoa afirmou algo do género - "Não concordo nada que isso aconteça naquele contexto, mas eu tolero." - enquanto expressava insatisfação e uma ligeira micro-expressão de nojo.
E nesse momento surgiram-me ideias como as representadas nas frases abaixo : "Aprimorar a paciência requer alguém que nos faça mal e nos permita praticar a tolerância." ~ Dalai Lama "O resultado mais sublime da educação é a tolerância." ~ Helen Keller Ao pesquisar a palavra "tolerância" num dos dicionários mais populares, encontro as seguintes definições:
A minha questão é:
E de que formas diferentes nos sentimos em cada um destes processos? Há coisas em que acreditas, e há aquelas em que consideras não ser uma questão de crença, e sim de ser efectivamente assim. É o que é.
E depois, há aquelas coisas em que não sabes que acreditas, porque só reparas nelas quando alguém te chama a atenção para algum comportamento ou afirmação da tua parte. Está tudo bem, até ao momento em que algum dessas crenças contradiga algum dos teus valores ou te limite de alguma forma. Ou seja, cada crença pode ser possibilitadora num contexto ou momento, e simultaneamente limitadora noutro. E o que podes fazer nesse momento? Tomar consciência, e alterar essa... crença. Tudo, aparentemente, não passa de um sistema de crenças sob o qual regemos as nossas vidas. E até isto que acabo de escrever assenta nalgumas das minhas. E se desafiares as tuas crenças? E se escolheres experimentar crenças diferentes em determinados contextos ou momentos, e elevares-te a um outro nível? Desafiares-te... ensina-te muito sobre ti.
É uma excelente forma de te conheceres melhor, e dares o salto para o próximo nível... Certifica-te que, ao te desafiares, o fazes em áreas diferentes daquelas em que já actuas habitualmente. A Joana detestava o seu trabalho. Queixava-se do sacrifício que fazia todos os dias para ir trabalhar, e que o seu sonho profissional não estava, de todo, a ser vivido. Enquanto descrevia esta situação, a sua expressão era de dor e cansaço, e todo o corpo se fechava em si mesmo.. A pergunta óbvia surge naturalmente - "O que te impede de seguires o teu sonho?" - e a resposta não podia ser mais comum - "O meu sonho paga muito pouco, e seria difícil viver com aquele dinheiro." "E esse dinheiro que ganhas neste trabalho, compensa assim tanto?" A Joana acenou que sim com a cabeça, e após lhe solicitar alguns exemplos, explicou: - "Permite-me providenciar conforto à minha família, e ter a satisfação de lhes dar um lar seguro e confortável. Adoro ver os meus filhos felizes na escola que tanto gostam, e de poderem desenvolver os seus passatempos com alegria e entusiasmo. Gostamos muito de ir passar férias fora uma vez por ano, e não dispensamos alguns fins-de-semana de passeio em família a conhecer os vários recantos deste nosso país encantador. Ocasionalmente... bem, várias vezes, tenho jantares com as minhas amigas e divertimo-nos imenso, especialmente com a Maria, que é a minha grande amiga de infância. Gosto de ir ao cinema com o Paulo, só os dois, e comermos aquele balde de pipocas como se fossemos adolescentes, e de vez em quando deixamos os miúdos nos avós e passamos a noite num hotel após o cinema. É a nossa noite! E nos aniversários, fazemos sempre algo diferente e especial." Quando acabou de descrever o quão importante era o seu rendimento, a sua expressão era de felicidade. Diria, até, de imensa felicidade. Todo o corpo se abriu, agora mais expansivo e enérgico, enquanto emanava uma certa serenidade. Era uma pessoa totalmente diferente da anterior. Foi nesse momento que percebeu que, afinal, gostava muito do seu trabalho. PS: personagens e contexto fictícios, baseados numa situação real. Ter uma intenção clara é uma excelente forma de manter o foco e limpar o caminho a seguir...8/4/2018 Hoje, que é dia das mentiras, posso-te dizer o seguinte:
Pronto... era só isto, já que é o dia das mentiras. Aliás, não é isto que tantas pessoas dizem a si mesmas ao longo do ano? Hoje é o dia em que estas frases fazem todo o sentido, porque tu sabes... que... na verdade...
"Todas as coisas que vivem neste mundo morrem. É por isso que deves encontrar alegria na vida, enquanto o tempo é teu, e não temer o fim.
Negar isso é negar a vida. Mas, abraça-la... Consegues abraça-la?" ~ Titan in "I Kill Giants" A mente tem aquela genial capacidade de criar problemas, fazendo-nos crer que são reais, e depois encontrar soluções para os problemas que criou, apenas para justificar a sua majestosa existência.
Tão mais extraordinário seria simplesmente aproveitar o momento tal como é. Mark Twain escreveu um dia a seguinte frase, mais tarde popularizada por Winston Churchill: - "Vivi uma vida longa e passei por muitos problemas, muitos dos quais nunca aconteceram.." A resistência mudança é visível em tantos contextos, e ainda assim ocorre permanentemente.
Observo, por vezes, essa resistência à luz da identificação com o passado, com a história que se conta. Parece que, num dado momento, a mudança implica deixar de ser quem sempre se julgou ter sido. Mas quando se questiona essa identidade ela cai facilmente por terra. "És sempre assim?" "Que outras coisas tens sido ao longo do tempo?" "Que outras coisas tens sido noutros contextos?" Observo também a resistência à luz do hábito, dos costumes, da rotina. São coisas diferentes, mas a estrutura é a mesma: o conforto do que se conhece, o eficiência do esforço, o saber com o que se pode contar. Mas sem a experiência, sem o desconhecido, não existiria aprendizagem e evolução. Mudar hábitos, alterar costumes, quebrar rotinas é uma boa forma de gerar novas perspectivas e novas soluções. Observo, igualmente, a resistência à luz da consistência. E vejo tantas vezes o sofrimento da manutenção de uma decisão passada com o medo de mostrar fraqueza, inconstância ou instabilidade. Mas o custo desse medo é tão elevado que se perdem momentos de felicidade na descoberta e vivência do que realmente importa. Talvez seja fácil mudar. Afinal, mudar implica somente um passo nalguma direcção, ou naquela determinada direcção. Talvez a dificuldade seja lidar com a nossa ilusória ideia de mudança, de deixar para trás o que já foi e abraçar o que vier, de largar os medos e alcançar aquela oportunidade de descoberta, de aprendizagem, de maravilha na concretização de algo novo e arrojado. Ou talvez seja apenas a descoberta de algo sobre nós próprios, e que alguns temem desvendar. |
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