Não é para quem pode, é para quem quer. Para quem quer de verdade. Para quem quer descobrir, desafiar-se, melhorar! Para quem quer dar a volta, dar um passo em frente, deixar-se de tretas e seguir em frente.
Poderia dizer isto em relação a muitas áreas das nossas vidas. Observo, por vezes, que as pessoas se lançam em desafios apenas para mostrarem que tentaram, que se lançaram "à fera". Mas sem a real intenção de se superarem. Lançam-se apenas como forma de mostrarem ao mundo, principalmente a si mesmas, de que não dá e que, ainda assim, se esforçam muito. É uma espécie de vaticínio auto proclamado ou self-fulfilling-profecy. E no fim exclamam algo do género: "Vês? Eu sabia que não ía dar. Já tentei de tudo, até isto! Só falta ir à bruxa." Se já estás na predisposição de que não vai resultar, descansa. Relaxa e fica aí. Não desperdices energias. Risca a tarefa da lista e pronto. Está tudo bem. Os gatos também passam a maior parte do dia a dormir e ninguém os critica por isso. Mas se queres mesmo dar uma oportunidade a... essa nova oportunidade, age. Age agora. Mas age com determinação. Age com a crença de que, esta oportunidade pode ser A Oportunidade! Faz o que tens a fazer. Dá aquilo que tens. Segue o plano. Acredita em ti. No fundo, o resultado acaba por ser irrelevante. Vais acabar por apreciar cada pedaço do percurso. E no fim sempre podes dizer: "Fiz aquilo e foi espectacular." Se resultar podes fazer a festa. Se não resultar descobriste uma nova forma de não fazer algo, e experimentas diferente. Mas isto não é para quem pode, é apenas para quem quer. Para quem quer mesmo seguir essa via, agarrar essa oportunidade. Se esta não é a tua oportunidade, procura outra. Mas se esta é a tua oportunidade, agarra-a! Em tantas áreas das nossas vidas, desde profissões a relacionamentos, observo pessoas que "experimentam" só para provarem a si mesmas que não dá, não resulta, não vale a pena. E sofrem. E mostram esse sofrimento como se de uma medalha de louvor se tratasse. Talvez seja esse o ganho - atrair a atenção dos outros pela sua infortuna. É uma espécie de desgraça desejada, só que muito inconsciente. Mas há quem obtenha essa atenção pelo lado positivo. Que atraia pela sua dinâmica, entrega, determinação. Pelo exemplo em que se tornam, independentemente dos resultados. Seja em algo de elevada actividade ou tão calmo como meditação, o que quer que seja, entrega-se à experiência e absorve o que resulta disso. E talvez descubras vários momentos absolutamente mágicos na tua vida. Boas entregas e excelentes aprendizagens! O comportamento é, por natureza, ditado por mecanismos automatizados no nosso sistema. Ou seja, por mais que tentes condicionar o teu comportamento, este deriva principalmente do teu estado actual, gerado por filtros mentais e emocionais dos mais variados tipos e origens. Esta é a razão principal de manteres comportamentos que desejas erradicar, e de boicotares comportamentos que desejas ter e... não tens, ou pelo menos não os tens em todos os momento que os desejarias ter. Quando acessas aos teus próprios processos mentais e emocionais, tantas vezes ocultos ao consciente, que dão origem a esses comportamentos (mantidos e boicotados), desbloqueias os limites da tua evolução. Em interessante e animada conversa com amigos, ficou evidente uma percepção generalizada (na verdade, uma análise alucinada, pois não tínhamos nenhuma evidência científica de suporte a esta análise) de que quem recorre aos serviços de um Coach está, certamente, com algum problema grave. Sendo verdade que existem casos de pessoas que podemos considerar como graves e que recorrem a um Coach, tal como a profissionais de outras áreas, assumir à partida que quem recorre a estes profissionais tem algum problema "grave" não só é abusivo como parece demonstrar um desconhecimento sobre o que são estas áreas do desenvolvimento pessoal. No caso do Coaching, actividade que tenho vindo a desenvolver há algum tempo, este pode ser orientado de diferentes formas, dependendo do cliente e da situação apresentada. Por exemplo:
Um Coach é alguém que está de fora da situação, munido de recursos e ferramentas que ajudam na clarificação de situações e na criação de novas perspectivas, logo, novas possibilidades de acção para novos resultados. E isto pode ser aplicado em casos.... "graves", como em situações tão comuns como:
Poderia continuar com estas listas de exemplos, já que são quase infindáveis, mas a mensagem final é que Coaching, assim como algumas outras actividades do desenvolvimento pessoal, não é para pessoas com problemas graves. É para pessoas que, independentemente dos problemas que possam estar a sentir, graves ou não, querem-se desafiar a ir mais longe, a descobrirem algo mais sobre si, a tomarem melhores decisões, a tornarem-se melhores do que são, a lidarem melhor consigo mesmas e com os contextos em que se inserem. Ou seja, é quase universal, independentemente das situações:
Coaching é assim uma forma de entendermos melhor o que está a acontecer, aprendendo a desenvolver uma observação mais clara e objectiva dos contextos. É uma forma de nos alinharmos na direcção de objectivos concretos, com base em valores e intenções bem definidas. É uma forma de se explorarem as infinitas possibilidades de viajarmos do sitio onde estamos até ao sitio onde queremos estar, desenvolvendo competências e aprendizagens que nos fazem crescer e ser mais... humanos. É uma forma de nos descobrirmos e inspirarmos a cada momento, e realizar agora o que de facto é fundamental nas nossas vidas. E é muito mais do que isto... 2017 teve, certamente, momentos menos bons. E teve também momentos muito bons. Alguns, quem sabe, especialmente bons! Talvez possas resgatar alguns desses momentos e aprender algo com cada um deles, sobre ti, como forma de criares novas e melhores possibilidades agora e no futuro.
O mesmo acontece ao longo da nossa vida... e agora que penso nisto surge-me a curiosidade sobre quais são os 3 melhores momentos da tua vida... as maiores aprendizagens, os momentos de maior felicidade. Aqueles momentos únicos! Talvez possas pegar nesses momentos também, deixá-los fluir em ti agora, e construir com o que tens hoje, com quem estejas, só ou em companhia, com amigos, familiares ou estranhos, aquilo que verdadeiramente é importante para ti. Aquele aquele gesto, aquele olhar, aquela palavra, ou até o próprio silêncio que tanto transmite. Aquele sentimento. Algo simples e significativo. Talvez possas observar o que é realmente importante agora. Talvez te possas libertar, mesmo que por breves momentos, e deixar emergir aquilo que é de facto importante na tua vida. E com isso observares qual a tua intenção. Talvez possas, a partir desse ponto, decidir numa acção, que queres e vais fazer agora, amanhã e nos dias seguintes. Será o que será, e nessa intenção positiva, nessa imensidão de possibilidades, será certamente gratificante e significativo. Todo o comportamento deriva de uma representação interna de ti, e das coisas que te rodeiam. É o mesmo que dizer que o teu comportamento resulta dos teus estados emocionais, estados esses com origem no teu mundo, na tua representação interna do mundo. Ou seja, tu comportas-te de acordo com aquilo em que acreditas, no mais profundo ser de ti.
Se alterares agora uma crença apenas, imagina as possibilidades… É um hábito, uma forma talvez inocente de nos referirmos a algo, talvez até sem a intenção do real significado do verbo. Contudo, aquilo que normalmente se afirma após o término de um ciclo é precisamente o oposto ao significado do verbo - perda!
Referimo-nos constantemente àquilo que cremos possuir, que é nosso, que nos pertence como se fosse um objecto, uma propriedade registada ou algo conquistado por direito. "´E meu!" E usamos e avisamos desse sentimento de posse às mais variadas situações e contextos:
As nenhuma destas coisas é, de facto, nossa. Relacionamo-nos com elas de alguma forma. De formas menos ou mais intensas. De formas menos ou mais emocionais. De formas menos ou mais apegadas. São... as nossas relações. Mas as coisas em si, as pessoas e outros seres vivos, não são nossos. Nunca foram e nunca serão. São, elas próprias, também donas de um relacionamento connosco, que pode durar pouco ou muito tempo, seja lá o que isso for. Talvez, nesta perspectiva, nunca possamos perder nada, já que não se pode perder aquilo que nunca tivemos. Talvez a relação mude. Talvez a forma como nos sentimos mude. Talvez as relações se direccionem noutros sentidos. E isso até pode ser bom... mudar, avançar, crescer e ganhar espaço para novas experiências e relacionamentos. Quando nos libertamos desse sentido de posse... posse muitas vezes inconsciente e noutras nem por isso... talvez nos sintamos mais livres de desfrutar aquilo que se desenvolve à nossa frente. Talvez o medo da ilusória futura perda desvaneça. Talvez o medo do certo e errado deixem de fazer sentido. Porque a única coisa que existe é esta relação agora, com esta pessoa, com este objecto, com esta abstração de coisa, seja um país, uma religião, um clube, uma flor. Nessa liberdade, talvez nos possamos lançar numa verdadeira exploração da beleza desse relacionamento. Desfrutar tal como é, sem medos do que possa vir a ser. E agora, neste momento de absoluta vivência do que é, guardar cada pedacinho desta espantosa panóplia de sentimentos na coleção de experiências vividas. Talvez, e esta é a proposta, seja preferível viver a relação a cada momento, em vez de nos tornarmos donos dela. Ser dono de alguma coisa dá muito trabalho, e parece ser um desperdício de energia. Mas experiênciar essa coisa é só... vivê-la ao longo da sua metamorfose, criando espaço para mais experiências com energia e vitalidade, permitindo a sua natural evolução e transformação.. E talvez possas sentir gratidão por todos os momentos experienciados... durem o tempo que durarem. Uma da questões com que me tenho deparado ultimamente é a necessidade de mudança por parte de algumas pessoas. E quando a mudança se dá por necessidade, eu desconfio. A mudança parece trazer, para os casos com que me deparei, um novo começo. Até aqui, tudo bem. Mudar é bom, e faz parte da nossa realidade. Já Heráclito de Éfeso afirmava "A única constante é a mudança". Mas há uma questão a observar... ...o que verdadeiramente te motiva a fazer essa mudança em concreto? E refiro-me à grande mudança ta tua vida. Aquela com que pretendes mudar tudo do avesso e "recomeçar do zero". O que tenho observado é que existem essencialmente dois motivos - a fuga de algo ou a busca de algo. Antes de mais, quero deixar claro uma coisa: qualquer dos motivos me parece bem, desde que tenhas a consciência do que te move. É quando não tens essa consciência que podes estar a criar um potencial transtorno no teu caminho. Ora vejamos... o que tenho observado com alguma regularidade é a fuga da dor. Parece-me lógico mudar por este motivo. Ou seja, se estou sentado num banco que tem um prego espetado para cima, continuar sentado com ele fortemente espetado no traseiro só parece ser sinal de auto-punição ou masoquismo. É certo que podem existir outros motivos. Por exemplo, a dor de lidar com o desconhecido (a mudança para algo novo) pode ser superior à dor causada pelo prego, mas vamos manter as coisas simples. A um certo nível, a pessoa tem a noção de que está a fugir de algo em concreto, e que esse algo lhe é desconfortável ou indesejável. Mas pode não estar inteiramente consciente da essência dessa fuga. Diz que foge porque não se sente reconhecida (as pessoas não a entendem ou não reconhecem o seu valor), porque as condições financeiras são péssimas (pagam mal, o país está em crise, lá fora pagam melhor, existem condições mais favoráveis lá fora), e o rol de razões pode-se estender por aí fora. Mais uma vez, está tudo bem. Diria até que, se consideras que te vais sentir melhor noutro lugar ou a fazer outra coisa ou em estares com pessoas diferentes... força! Dá-lhe gás! Vai! Segue aquilo em que acreditas. A questão é a seguinte: estás a lidar com a essência do que te move? Mudares para fugir de algo sem teres a sua essência em conta pode simplesmente significar que levas o problema contigo, para onde quer que vás. Nos primeiros tempos vai ser tudo bonito. É aquele estado de graça inicial em que nos deslumbramos com tudo. Mas findo esse período, voltamos ao mesmo. Os mesmos problemas vão surgir, e vais lidar novamente com as mesmas questões. Nalguns casos, essa mudança pode ser suficiente para lidares com essas mesmas questões de uma perspectiva diferente, e isso pode ser positivo e ajudar-te a solucionar as tuas cenas de uma forma mais objectiva.. Ou seja, não é obrigatório resolveres as tuas cenas antes de mudares para que a mudança ocorra de forma limpa e fluída. E, se no sitio onde estás, sentes que não consegues mesmo resolver as tuas cenas, muda! O que te recomendo a considerar é que, muito provavelmente, as cenas que não resolveres vão contigo, para onde quer que vás, em que situação fores, e que aqui ou lá vais mesmo lidar com elas de alguma forma. Estas questão são normalmente como a nossa própria sombra. Por mais que andemos ou corramos, a sombra está sempre lá ao nosso lado. E o outro motivo? Ah... sim! A busca de algo... A busca parece, à partida, a forma mais fluída de se mudar. Ou seja, não se está a mudar para se fugir a um problema percepcionado, mas sim na busca de algo que se projecta ser diferente ou melhor, e que se prevê nos seja benéfico ou prazeroso. Aqui o cuidado é outro. Não estamos propriamente a levar uma questão mal resolvida connosco, mas podemos estar a descurar algo que já temos, sem estamos a dar conta disso. Por outras palavras, algumas pessoas passam a vida na busca daquilo que já têm e não sabem que o têm, simplesmente porque não observam atentamente o seu contexto ou a sua realidade devidamente. E então nestes casos, é errado mudar? De todo! Tal como no caso anterior, se aqui não estás a conseguir perceber o bem que já tens, talvez a mudança te ajude a ganhar consciência disso mesmo. Por vezes, a perda leva-nos a valorizar o que temos. A estrutura é semelhante. Ou seja, observa atentamente aquilo que te move. Muitas vezes, aquilo que julgas que te move é apenas uma máscara, um disfarce do que verdadeiramente se encontra escondido. E ao conseguires acesso a esse motivo, o que, nalguns casos, pode exigir de ti uma enorme capacidade de frontalidade de ti para ti, estarás em melhor posição para decidires se essa mudança é, ou não, a mudança que queres realmente fazer na tua vida.
Que mudes pelos teus melhores motivos. E que em toda e qualquer mudança, seja ela por que motivo for, consigas encontrar pelo menos uma experiência e uma aprendizagem que tornem o teu caminho mais rico e a tua vida colorida.
Da mesma forma que muitos recomendam que desistir é falhar, outros salientam que insistir pode ser o maior erro que se pode cometer.
Por exemplo, pessoas que continuam na mesma carreira por vários anos ou décadas, apenas porque foi essa a escolha que fizeram numa altura em que essa via parecia ser a mais aliciante ou inspiradora. Lamentam-se e castigam-se dia após dia, cada manhã de trabalho é um martírio e só o vislumbre da segunda-feira gera sentimentos de desgosto e mal estar. Por exemplo, os relacionamentos que permanecem apesar da ausência de amor, sequer de carinho e prazer na companhia mútua, porque desistir significa... sim, pode significar tantas e muitas coisas decididas no passado, desde o desfazer de crenças à inevitável destruição de um sonho passado e não concretizado. E insistem... insistem em trabalhar em empresas ou manter carreiras que pouco ou nadas lhes dizem. Insistem em relacionamentos que não funcionam. Insistem em comportamentos que só trazem angustia, luta, esforço desnecessário e desgaste físico e emocional. A paciência esgota-se, os nervos cobram o seu espaço, o corpo paga a conta final em contas de farmácia e hospital. Por vezes, desistir pode ser mesmo uma excelente estratégia. Pode ser a oportunidade de mudança, de descoberta de algo novo, de um caminho diferente. Talvez seja difícil desistir. Talvez requeira coragem, energia e abertura para errar uma e outra vez. Talvez requeira amor-próprio. Talvez requeira a confiança de que merecemos e somos capazes de encontrar aquilo que verdadeiramente nos faz vibrar por dentro. Talvez... Mas a aprendizagem, o sabor de experimentar algo novo, o cheiro da descoberta de um sentido que corresponde à nossa essência, à nossa vontade de concretizar o nosso sentido de identidade... essa é única e revigorante. E nessa concretização do que agora sentimos cria-se aquela sensação de felicidade e bem estar, de sucesso pessoal, da segurança do que é sermos nós mesmos . O que te leva a insistir ou a desistir é a questão basilar... quais são as tuas motivações mais profundas? O que pretendes com tudo isto? O que ganhas ao permanecer e o que perdes ao permanecer. E não há respostas universais. Desistir... insistir... qualquer destas opções é uma estratégia igualmente válida. Nota que... desistir como acto de fuga não é, provavelmente, a solução certa. Da mesma forma, insistir por medo da mudança ou do desconhecido, pode ser igualmente negativo.. Insistas ou desistas, que isso signifique a concretização de algo que para ti é o mais importante em ti... Boas escolhas :) Por vezes ocorre aquele acontecimento fantástico... e não pensas noutra coisa. Agarras-te a esse acontecimento como se nenhum semelhante voltasse. Ganhas medo da sua ausência. Passas a temer a tua solidão. A magia perde-se. Então, ficas com saudades daquele momento fugaz. Crias a tua própria prisão na ilusão de que, se te agarrares bem àquele momento, ficas bem, em segurança, feliz, talvez até com uma certa sensação de sucesso. Mas é uma ilusão, e sabes muito bem disso. Ainda assim, agarras-te com todas as forças, até que crias a convicção de que aquele acontecimento és tu, que te define como pessoa, como ser único e individual. Continua a ser uma ilusão, mas agora com estrutura, pilares sólidos, tecto e chão de pedra. Manténs essa estrutura a muito custo. Por vezes sentes a pedra a ruis, observas as rachas a ganhar espaço, a cortar paredes e a abrir o tecto. O chão parece desfazer-se debaixo dos teus pés. E sabes, nesse momento, que tens duas opções... ou fortificas a estrutura, ou livras-te dela. Percebes que fortificar implica investir mais energia, esforço e dedicação para algo que, no fundo, sentes não ser real. Libertares-te da estrutura significa o desconhecido, sem paredes, sem tecto, sem estrutura, mas uma liberdade imensa. Ficas na dúvida. Não sabes o que fazer. Situas-te entre a ilusão da segurança ou a liberdade do desconhecido. O que será mais importante para ti... a ilusão da ordem ou o sentido da liberdade? Não sabes, mas sabes. E sabes muito bem. E a demonstração disso é que continuas na dúvida. É natural. Relaxa. Se não tivesses dúvidas, estava resolvido. Mas a dúvida existe, e se existe é porque a possibilidade do outro lado te faz sentido. Ressoa em ti. Sabes que, na tua essência, não há ordem, não há uma estrutura rígida que te define. Sabes que, na tua essência, tu és...
É na partilha interessada, com abertura à descoberta da percepção do outro, da sua estrutura, que enriquecemos a nossa própria forma de percepcionar o mundo, expandindo a nossa própria capacidade de compreensão e acção.
Pouco importa se chegamos a um consenso, pois todas as percepções são válidas por definição... importa que acrescentámos à nossa capacidade de observação novas formas de interpretar o mundo, de o percepcionar, que nos eleva a um novo patamar de desempenho. E quando voltares a afirmar algo sobre "o mundo", lembra-te que continuarás a falar do teu mundo, agora mais rico e expandido. O mundo do outro pode continuar a ser diferente, eventualmente até oposto ao teu. E está tudo bem. Quando "adormeces" à sombra do teu talento... já foste!
Quando desenvolves as tuas competências, sem ou com talento inicial, estás a alicerçar o teu futuro numa fundação mais solida e duradoura. Desenvolve as tuas competências, e amplia as tuas opções. Mudar de contexto oferece a possibilidade de novas perspectivas.
Novas perspectivas propiciam novas soluções. Novas soluções conduzem a novos resultados. Novos resultados promovem... Tu percebes a ideia! Há uma palavra do calão que resume grande parte do que se passa neste video. Essa palavra tem 5 letras, começa por "m" e termina em "a" - pronuncia-se mi-ú-fa! O video está excelente pela forma como demonstra os diferentes sentimentos que as pessoas experimentam quando confrontadas por algo aparentemente desafiante e que nunca antes fizeram. Nenhuma destas pessoas alguma vez tinha saltado para a água e uma altura de 10 metros de altura. 67 pessoas foram convidadas a experimentar, tendo sido pagas para isso, participando assim num estudo documentário sobre a superação de desafios. 70% acabaram por saltar. A pressão social (as outras pessoas lá em baixo à espera), as suas expectativas, a sua vontade, a imagem que têm de si, a imagem que pensam que os outros têm de si, todo um vasto conjunto de factores a influenciar uma ação que se resume a: "Salto, ou não salto?" Por volta de 2010 ou 2011 fiz uma experiência de Coastering perto de Sesimbra. O mar era gelado, apesar da época primaveril. Nessa experiência, fomos confrontados com mergulhos e escaladas por forma a completarmos um percurso previamente definido pela organização. Foi divertido e recomendo vivamente. Num dado momento houve a oportunidade de saltar de uma pequena base a meio de uma grande escarpa (uma pequena rocha pontiaguda, saliente na escarpa). Essa base situava-se a cerca de 12 metros de altura do nível da água. Os mais corajosos escalaram e saltaram lá de cima, com visível ânimo e facilidade. Afinal, não era assim tão alto. Então decidi aliar-me a esse pequeno grupo de corajosos. Escalei e cheguei ao topo. Daquele pedaço de rocha que mal servia para mim, vislumbrei o mar azul turquesa lá em baixo. A boiar estavam alguns dos outros participantes do grupo de Coastering. Naquele instante tive um acesso de miúfa! A altura era enorme, as pessoas pareciam formigas, o mar parecia uma base sólida na qual facilmente me poderia esborrachar. Saltar estava fora de questão, descer pelo sitio que subi não era tarefa fácil, e mais meia dúzia de novos corajosos seguiram atrás de mim. Bonito! Estava feito à carne picada! Esta história real, tal como o video, é metafórica. É metafórica porque representa tantas situações nas nossas vidas pessoais e profissionais. Tantas encruzilhadas, tantos desafios, tanto desconhecido por desvendar. Frequentemente deparamo-nos com situações partidas - parte de mim quer uma coisa, parte de mim quer outra. Parte de mim quer aventura e parte de mim quer segurança. Parte de mim quer reconhecimento e parte de mim quer simplesmente fazer parte de um grupo maior que eu próprio. Parte de mim quer avançar com a carreira, seja por onde for, e parte de mim quer ficar com a família e amigos. Parte de mim quer ficar em Portugal e parte de mim quer experimentar o mundo. Há tantas situações em que nos sentimos divididos, e a tomada de decisão parece ser impossível. Se escolhemos uma coisa, perdemos a outra. E quando finalmente tomamos uma decisão, emerge a dúvida de como seria se tivéssemos tomado o outro caminho. E depois há o rol de acusações quando alguma coisa corre menos bem - "Se tivesses ido pelo outro caminho, nada disto tinha acontecido!" O mesmo se passou quando subi àquela ínfima base a 12 metros de altura (segundo me informaram , que não tinha nada que confirmasse os 12 metros). Naquele momento, olhei para baixo e senti a tal miúfa. E muita! Parte de mim estava determinada em saltar, e parte de mim estava determinada em manter a segurança. Parte de mim queria uma experiência nova, e parte de mim queria salvaguardar a integridade física e emocional da minha pessoa. Parte de mim queria mostrar que é capaz, e parte de mim queria simplesmente mostrar que coragem também pode ser dar um passo atrás. Estas aparentes divisões são o paradoxo do nosso dia-a-dia. Queremos coisas diferentes quando, no fundo, todas as partes querem a mesma coisa - manter-nos vivos, sãos e activos. Então, como fazer? Naquele caso, estive alguns minutos em conversa com as partes. A parte que queria experimentar acusava a outra de frouxa e xóninhas. A parte que queria segurança acusava a outra de louca e irresponsável. A experiência acusava a segurança de medricas, e a segurança dizia à experiência que, para experiência nova e diferente, bastava fazer um gelado de lentilhas, perguntando se por acaso se lembrava do filme "Mar Adentro". Eu estava li no meio, nem saltava, nem descia, e começava a ser um empecilho para todos os restantes que queriam saltar a seguir a mim. Por fim, fizeram-se as pazes. A parte que queria a experiência percebeu que a outra só queria o seu bem estar - manter a sua segurança e longevidade. E a parte que seria a segurança percebeu que a experiência só queria novidade - aprender coisas novas e sair da rotina. Ambas tinham a ganhar se juntassem esforços. Foi então que a segurança observou o espaço à sua volta e delineou um salto que garantisse o melhor resultado (profundidade percebida de cada zona e o melhor local para cair na água, melhor postura durante o salto, acções a desenvolver em caso de alguma coisa correr menos bem, rochas salientes a evitar, etc.). A experiência responsabilizou-se por assegurar o cumprimento do plano, assim como registar todas as sensações para que no futuro a segurança pudesse estar ainda melhor acautelada, e assim ambas aprenderem e evoluírem com o desafio. O salto foi concretizado com um abraço da experiência à segurança, para que se sentisse tranquila, e um sorriso e entrega da segurança, para que a experiência se sentisse acompanhada. Eu, pessoalmente, achei o salto bastante fácil. Chegado cá abaixo, depois do mergulho e subida à superfície, o meu primeiro pensamento foi "Então... afinal é só isto?!?" Ri-me daquele debate entre as partes, e segui em frente para os desafios seguintes, agora mais confiante. As nossas decisões não precisam ser partidas. Todas as nossas partes têm uma intenção positiva. E é no encontro dessas intenções positivas que podemos seguir em frente com serenidade e isenção de esforço. Não é que as coisas passem a ser fáceis. Elas passam a ser mais naturais, E se alguma coisa correr menos bem, não há partes a apontar ao dedo com afirmações do tipo "Eu bem te disse!". O que acontece é que as partes se unem na resolução de quaisquer obstáculos que surjam no caminho, satisfazendo todas as intenções positivas da melhor forma. Isto significa novas descobertas, aprendizagens e crescimento. E a isto se chama de evolução! Integrar partes que aparentam querer coisas diferentes pode ser uma experiência reveladora, e simultaneamente libertadora. Video obtido aqui, por Maximilien Van Aertryck e Axel Danielson.
"Our objective in making this film was something of a psychology experiment: We sought to capture people facing a difficult situation, to make a portrait of humans in doubt. We’ve all seen actors playing doubt in fiction films, but we have few true images of the feeling in documentaries. To make them, we decided to put people in a situation powerful enough not to need any classic narrative framework. A high dive seemed like the perfect scenario." Frase que me ocorreu depois de observar alguns dados estatísticos:
Talvez possamos dar mais atenção às PMEs, start-ups e empreendedores em geral, como forma de impulsionar e desenvolver a economia e a sociedade como um todo. Em tempos, aprendi que, se soubermos o que levar (proteger) de casa se esta rapidamente começar a arder, conseguimos definir o bem essencial para o nosso bem estar emocional.
Neste seguimento, pergunto-te... se tivesses que escolher uma e apenas uma coisa da tua vida, seja o que for (memória, momento, pessoa, relacionamento, bem, experiência, emoção, etc...) ....o que seria? O que quer que seja é, certamente, uma boa pista para criares o teu futuro a partir deste mesmo instante! Cria o teu caminho a partir de ti! Hoje acordei com uma dor intensa e incisiva na base carnuda do polegar da mão esquerda. Porquê? Talvez porque sonhei com isso mesmo... Tive um sonho em que, num dado momento numa casa desconhecida e pouco cuidada, fui picado por um insecto, do tipo diplópode, que tinha um ferrão pontiagudo e forte em forma de anzol. De alguma forma misteriosa, esse diplópode caiu-me na mão (é um sonho, logo, tudo pode acontecer sem explicação aparente) e, provavelmente assustado com o meu momento, ferra-me com o seu "anzol" bem fundo na carne (de notar que o dito anzol era quase tão grande como o insecto). A dor foi intensa como, imagino, eu tivesse efectivamente cravado com um anzol bem dentro da minha carne. No sonho, pedi a um amigo com que estava nesse momento que me retirasse o diplópode, o que fez prontamente... e nesse instante acordei! Curiosamente, a dor permaneceu durante mais uns 30 a 40 minutos. Nada fiz para a retirar. A intensidade foi baixando e por isso não me incomodou particularmente, mas manteve-se presente com oscilações de intensidade até desaparecer. O qu é que isto significa? Nese caso foi um sonho, mas a minha curiosidade por este tipo de fenómenos desde há mais de uma década já me levou a imaginar, conscientemente, lesões em partes diferentes do corpo gerando dores físicas, por vezes muito fortes, como se estivesse de facto lesionado. Acho este processo fascinante e cheguei a testá-lo por várias vezes. A isto se chama "nocebo". É o inverso de "placebo", que é o processo de resolução de um problema físico usando a mesma estrutura. Por favor, não confundir com o ignorar do eventual problema - se existe alguma coisa, tal deve ser lidado de forma adequada. Existem vários livros onde os efeitos nocebo e placebo foram documentados a partir de diversos estudos por parte de cientistas e profissionais da medicina, e um deles, que achei particularmente interessante e fácil de ler, foi este: "Mind Over Medicine: Scientific Proof That You Can Heal Yourself Paperback" ~ Lissa Rankin M.D. (Dez, 2014) (tem uma palestra no TEDx Talks: https://goo.gl/RJ4hRy) No meu treino desportivo, deparo-me frequentemente com lesões, minhas e dos meus colegas de treino, e o que observo repetidamente é a minha rapidez de recuperação sem tratamento face à geralmente mais lenta recuperação dos meus colegas (não de todos) com tratamento especializado. A falta de dados concretos sobre estes casos não me permite afirmar que o placebo é, nestes casos, determinante (não existe estudo comparativo das minhas lesões face à desses colegas, por exemplo), mas alimento a crença de que o nosso corpo tem mecanismos de recuperação fantásticos e eficazes, quando bem utilizados e alinhados. Aliás, as próprias farmacêuticas contam com isso mesmo! O que também observo, e no meu caso pessoal também, é que por vezes parece ser mais fácil acreditar no efeito de algo externo a nós próprios (um medicamento, uma massagem, um tratamento de qualquer espécie) que na nossa própria capacidade de auto-regeneração sem essa intervenção externa. Voltando à dor na minha mão esquerda, não sei se a dor foi causada pelo sonho ou se foi causada por alguma situação pontual e desconhecida, e que o meu inconsciente a traduziu no sonho para um ferrão de um insecto. Sei que essa dor foi forte e que passados os cerca de 30 minutos, desapareceu totalmente. Interessantes, estes nossos mecanismos psicológicos e físicos, não são? "A esperança é a última a morrer" - dizem alguns. Há umas semanas atrás, assisti a uma dissertação sobre a esperança por parte de um filósofo que me pareceu trazer uma nova perspectiva sobre este sentimento. Ter esperança é, para este senhor, uma demonstração de falta de responsabilidade e capacidade de acção, além de gerar estados emocionais desinteressantes. Fiquei curioso sobre essa abordagem e comecei a explorar o meu próprio sentimento de esperança, e de quais poderiam ser as bases inconscientes para esse sentimento.. E ao explorar esta matéria, descobri que já tinha chegado a conclusões semelhantes Eis as conclusões a que cheguei, no meu caso pessoal:
Então, a esperança parece surgir quando algo se instala a ilusão de um desejo que não depende de nós ou, dependendo, não estamos dispostos a pagar o preço das ações necessárias à sua concretização. É fácil, porque nos desresponsabilizamos dos nossos resultados, e activamos a esperança. Parece nobre - "Eu tenho esperança!" - mas é apenas uma ilusão. Porque se o queremos de facto, fazemos. E se não o podemos fazer, então talvez estejamos focamos na coisa errada. Curiosamente, desde há alguns anos que deixei de ter esperança como tinha antes. Desde 2012 que tenho vindo a sedimentar a crença de que somos, efectivamente, responsáveis pelos nossos resultados, sejam eles quais forem, e que se não temos os resultados que desejamos, é porque não estamos a ter os comportamentos adequados aos mesmos, embora perfeitos no seu próprio tempo e contexto. Considero-os como experiências e oportunidades de aprendizagem e crescimento. Os exemplos de boas práticas para o que quer que queiramos abundam, e o acesso à informação nunca foi tão fácil como agora. Por outro lado, desde essa altura, 2012, que tenho colocado cada vez menos foco em coisas sobre as quais não posso operar, sentindo-me mais leve e tranquilo no dia-a-dia que anteriormente. Arrelio-me menos, frusto-me menos, e mais facilmente aceito o que é tal como é, aprendendo a lidar apenas com o que realmente é importante e sobre o que posso e estou efectivamente disposto a alterar..
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